O lendário estúdio de animação japonês Ghibli, cofundado por Hayao Miyazaki, receberá uma Palma de Ouro honorária no 77.º Festival de Cinema de Cannes, em maio, anunciaram os organizadores esta quarta-feira.

"Porco Rosso - O Porquinho Voador", "O Meu Vizinho Totoro", "A Princesa Mononoke", “A Viagem de Chihiro”, "O Meu Vizinho Totoro", "O Castelo Andante", "O Túmulo dos Pirilampos"... ao longo de 40 anos, os filmes icónicos da Ghibli tornaram-se parte do património do cinema mundial e contribuíram para o prestígio da animação.

Em vez de conceder o prémio apenas a Hayao Miyazaki, a figura mais conhecida do estúdio, cujas aparições públicas são extremamente raras, o evento optou, pela primeira vez, por conceder uma Palma de Ouro coletiva ao estúdio, cujo outro grande nome, Isao Takahata, faleceu em 2018.

A terceira figura, o produtor Toshio Suzuki, de 75 anos, disse que estava "realmente honrado e feliz" ao saber da distinção.

"Como todos os ícones do cinema, [as personagens destes filmes] povoam a nossa imaginação com universos ricos e coloridos e histórias sensíveis e envolventes. Com Ghibli, o cinema de animação japonês é vivido como uma das grandes aventuras do cinéfilo, entre a tradição e a modernidade", declararam Iris Knobloch e Thierry Frémaux, responsáveis pelo Festival de Cannes, num comunicado à imprensa.

Hayao Miyazaki

Aos 83 anos, Hayao Miyazaki anunciou a sua reforma artística em várias ocasiões, antes de voltar a desenhar.

O seu último filme, "O Rapaz e a Garça", ganhou o Óscar de Melhor Longa-Metragem de animação, o segundo depois de "A Viagem de Chihiro", em 2003.

A Ghibli tornou-se uma subsidiária da rede de televisão japonesa Nippon TV no final do ano passado, que se comprometeu a respeitar a sua autonomia.

Uma Palma de Ouro honorária será concedida durante o Festival a outra figura da cultura popular e lenda da Sétima Arte, do lado de Hollywood: George Lucas, o pai da saga "Star Wars".