O Gato das Botas, um dos mais divertidos parceiros de Shrek, chega à televisão com «The Adventures of Puss in Boots», da DreamWorks Animation. O projeto estreou em janeiro e os primeiros cinco episódios já estrearam na plataforma de conteúdos digitais Netflix, esperando-se uma primeira temporada de 26 episódios com cerca de 23 minutos cada.

A série desenrola-se no Velho Oeste e não no reino de Bué-Bué Longe. A história possui muitos elementos de «western spaghetti», funcionando a prática como uma prequela de «O Gato das Botas» e da própria introdução deste personagem na série «Shrek». Este distanciamento permitiu alargar horizontes, não estando a série limitada à criação original, especialmente aos elementos dos contos de fadas do universo Shrek, mas não se preocupem: temos uma mão cheia de personagens bem engraçados de porcos-ninjas e até uma esfinge que só fala em enigmas...

Na presença do espectador temos o auto-intitulado «lendário Gato das Botas» (voz de Eric Bauza), um aventureiro, amante e fora-da-lei. Não há tesouro que ele não consiga encontrar, mas a sua fraqueza são as bolas de pelo e donzelas em apuros. Dulcinea (voz de Jayma Mays) é uma gata que tem como código de vida um livro de epigramas e a sua ingenuidade e beleza deixam o nosso gatinho de beicinho.

Ao seguir a bela Dulcinea até ao seu destino, «El Gato» descobre a vila encantada de San Lorenzo, um povoado fundado por um feiticeiro, lugar seguro para crianças órfãs que também possui um tesouro de perder de vista. «Acidentalmente», o feitiço é quebrado quando o Gato das Botas decide surripiar uma moedinha do templo do padroeiro local e com o encantamento desfeito, os ladrões locais fazem fila para assaltar San Lorenzo. Em consequência, o Gato, ele próprio um órfão, decide assentar arrais, defender a vila e proteger a sua donzela, as crianças orfãs e uma série de adultos com muitos parafusos a menos.

A animação digital é fluída e sofisticada, um autêntico feito na animação em televisão que apela a públicos de todas as idades. O ator Eric Bauza substitui Antonio Banderas, mas pouco se nota na transição: está lá o sotaque, o virtuosismo e o humor nas falas. O «showrunner» da série, Doug Langdale, começou a trabalhar no projeto em 2013 e no final do mesmo ano a animação arrancou: cada episódio levou cerca de nove meses, da escrita à montagem final, a estar concluído. O timoneiro da série tem previstas várias temporadas e arcos de história, pelo que estão prometidas muitas surpresas. Um miau a não perder de vista!