O produtor e guionista Al Jean acredita que Michael Jackson usou a sua participação em "Os Simpsons" para se aproximar e conquistar jovens rapazes. Na semana passada, a equipa da série de animação decidiu retirar do ar o episódio que contou com a participação do artista.

Em entrevista ao The Daily Beast, Al Jean disse que concorda totalmente com a decisão de banir o episódio depois do documentário da HBO ter ido para o ar. "O que me deixa mais triste é que, se assistirem ao documentário - eu vi e os outros produtores também - e depois assistirem ao episódio [de 'Os Simpsons' em que Michael Jackson participa], parece que o episódio foi usado por Michael Jackson para algo diferente do que pretendíamos", frisou.

"Acho que foi parte do que ele usou para atrair rapazes. Não sei mesmo e devo ser muito cuidadoso porque não é algo de que eu saiba mas em relação ao que penso, é isso que penso. E isso deixa-me muito, muito triste", acrescentou.

O documentário de Dan Reed, que estreou há uma semana nos Estados Unidos e chegou na passada sexta-feira, dia 8 de março, à HBO Portugal, conta com depoimentos de duas alegadas vítimas - Wade Robson, de 36 anos, e  James Safechuck, de 41 anos.

Em 1991, no episódio "Stark Raving Dad", Michael Jackson deu voz a Leon Kompowsky, que se encontrava com Homer Simpson num hospital psiquiátrico. A personagem afirmava ser uma estrela da música e que fazia o moonwalk.

Os produtores de "Os Simpsons" decidiram retirar o episódios dos serviços de streaming e de todos os canais de televisão que transmitem a série. Segundo o The Guardian, o produtor executivo, James L Brooks, frisou que era "a única opção possível".

Ao The Wall Street Journal, Brooks explicou que o criador da série Matt Groening e o guionista Al Jean concordaram com a decisão

"O documentário apresentou provas de comportamentos monstruosos", defendeu, lembrando que "há muitas boas memórias" e que as acusações de abusos sexuais contra Michael Jackson "não permitem que elas se mantenham".