“Lincoln Rhyme: Caça ao Colecionador de Ossos” estreou na terça-feira no canal AXN e retrata o experiente detetive Lincoln Rhyme que se encontra paralítico, representado por Russell Hornsby, e a jovem polícia transformada em detetive, Amelia Sachs, representada por Arielle Kebbel.

Os dois atores disseram num encontro de apresentação da série, em Nova Iorque, onde a Lusa esteve presente, que tentaram retratar de maneira fiel os problemas e constrangimentos das suas personagens, que passam por transtorno pós-traumático, no caso de Amelia, e paralisia física, no caso de Lincoln Rhyme.

Os principais aspetos que Russell Hornsby acredita que diferencia “Lincoln Rhyme” de outras séries do mesmo género é a paralisia do detetive, depois de sofrer ferimentos graves na perseguição ao "Coleccionador de Ossos" ("The Bone Collector") e o facto de a personagem principal ser um homem negro.

“Eu quero e espero mudar a perceção do público em relação aos homens negros”, disse o ator Russell Hornsby, explicando que a indústria do entretenimento põe ênfase na dinâmica, movimento e pronúncia das pessoas negras, mas não mostra a “profunda capacidade intelectual” que pessoas desta raça possuem.

“Este homem nem tem a capacidade de se movimentar, só tem a sua mente para maravilhar os outros”, disse Hornsby à imprensa, sobre a sua personagem, o detetive Lincoln Rhyme que sofre um grave acidente. “Espero mudar a perceção para que as pessoas digam – ‘uau’, nunca vi um homem negro com essa profundeza – realmente esta pessoa tem uma mente...”, sublinhou o ator na entrevista.

“Esta série pode fazer algo benéfico pela comunidade afro-americana”, acrescentou o ator, apesar de dizer que “a violência policial e o racismo vão sempre existir”.

Arielle Kebbel

Ramses Jimenez, ator que faz o papel de Eric Castillo, o assistente de Lincoln Rhyme, também disse que o seu personagem é da América Latina e é “fiel, trabalhador e de confiança”, características que não se veem muito para as personagens latinas nas produções televisivas de ‘mainstream’, nos Estados Unidos.

A atriz Arielle Kebbel, que retrata a jovem polícia Amelia Sachs, disse que, com a sua representação, quer destacar a saúde mental.

“Sou muito sensível, foi difícil para mim ver imagens das cenas dos crimes. Descobri que me dava ansiedade e um desligamento emocional”, contou Arielle Kebbel, que também mencionou que era supervisionada, nas filmagens em cenas de crime, por um detetive profissional.

Falando da sua personagem, a jovem polícia de Nova Iorque Amelia Sachs, a atriz disse que sabia “exatamente o que a Amelia ia sentir". "Ela quer sempre sair das cenas do crime porque é demasiado intenso, mas ficava de qualquer maneira, porque é mais importante encontrar pistas para salvar pessoas do que fugir para proteger os próprios sentimentos”.

“É muito importante para mim trazer a saúde mental para a ribalta”, destacou Arielle Kebbel.

“A série mostra as múltiplas desordens de ansiedade e ‘stress’ pós-traumático da personagem. Estas coisas acontecem-lhe em todos os episódios”, disse a atriz, sublinhando que há situações de pânico mais “óbvias” e outras vezes em que é “apenas interno”.

Arielle Kebbel mencionou que as pessoas com transtornos psicológicos têm o direito legal de trabalhar e não podem ser despedidas por isso, mas acabam por sofrer consequências no trabalho, e enfrentam sempre o risco do desemprego, se não souberem lidar e tentarem mentir e esconder problemas do foro psicológico.

“Tento olhar para os meus próprios traumas e a forma como tive de lidar com eles”, revelou a atriz.

Para Ramses Jimenez, a história da série “Lincoln Rhyme” é como “uma lição de humildade, porque muitas pessoas da história têm de verificar quem realmente acham que são e pedir ajuda a pessoas que nunca pensaram”.

O ator destacou que o detetive Lincoln Rhyme é “um génio” que “tinha tudo”, mas ficou paralítico e passou a depender da Amelia Sachs para ver e resolver os crimes.

Os dois tiveram de “desenvolver uma relação profissional e um trabalho de equipa forte, para vermos a mente de Lincoln com o corpo e olhos de Amelia, que está no terreno”, finalizou Ramses Jimenez.

A série tem por ponto de partida o romance do escritor Jeffery Deaver, "The Bone Collector"/"O Coleccionador de Ossos", protagonizado pelo detetive quadriplégico Lincoln Rhyme, que também foi interpretado no cinema pelo ator Denzel Washington, no filme homónimo de 1999, coprotagonizado por Angelina Jolie, como Amelia Donaghy, e dirigido por Phillip Noyce.

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