O encenador e ator Carlos Avilez, faleceu hoje, aos 88 anos, vítima de paragem cardio-respiratória, no Hospital de Cascais, disse à agência Lusa fonte do Teatro Experimental de Cascais, do qual foi um dos fundadores.

De acordo com a mesma fonte, Carlos Avilez deu entrada na terça-feira no Hospital de Cascais com uma indisposição, e viria a falecer cerca das 02:00 da madrugada de hoje naquela unidade hospitalar.

Carlos Vitor Machado, mais conhecido por Carlos Avilez, estreou-se profissionalmente como ator em 1956, na Companhia Amélia Rey Colaço - Robles Monteiro, onde permaneceu até 1963.

Com uma vida dedicada ao teatro, foi um dos fundadores do Teatro Experimental de Cascais, que completou 58 anos de existência a 13 de novembro último.

Diogo Infante (E), Carlos Avilez (C), e António Cordeiro (D)

Carlos Avilez estreou-se como ator com menos de 20 anos na companhia Rey Colaço – Robles Monteiro, então concessionária do Teatro Nacional D. Maria II, companhia onde acabou por ingressar em 1956, e onde ficaria até 1963.

A conselho de Amélia Rey-Colaço avançou para a encenação, estreando-se na função ainda em 1963, na Sociedade Guilherme Cossul, com a apresentação de “A Castro”, de António Ferreira, num trabalho audaz que, segundo relatos da época, agitou o meio artístico lisboeta e lhe granjeou a designação de “enfant terrible” do teatro português.

Teatro Experimental do Porto (TEP), Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC) e Teatro Experimental de Cascais (TEC), de que foi um dos fundadores em 1965, são alguns dos projetos que dirigiu.

Companhia Nacional de Teatro I - Teatro Popular, então sediada no Teatro São Luiz, para o qual, em 1979, foi nomeado diretor, juntamente com Amélia Rey Colaço, e Teatro Nacional D. Maria II foram também dirigidos por Carlos Avilez que, em 1992, fundou a Escola Profissional de Teatro de Cascais, propriedade da autarquia local e do TEC.

Ao longo da carreira, o seu trabalho de encenador foi distinguido com vários prémios, como o Prémio António Pinheiro, do SNI e o Prémio de Imprensa, pela encenação de D. Quixote, aos quais viria a somar, ao longo dos anos, prémios da crítica e de vários órgãos de comunicação social.

Em 2015, Carlos Avilez foi homenageado com o Prémio da Crítica 2015 – Distinção Particular ao Teatro Experimental de Cascais e a Carlos Avilez. Prémio Carreira e Obra da Sociedade Portuguesa de Autores.

O ator e encenador foi também agraciado com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, com as Medalhas de Honra e Mérito Municipal da Câmara Municipal de Cascais, de Mérito Cultural da Secretaria de Estado da Cultura e da Associação 25 de Abril e a Medalha de Mérito Cultural da Vila de Óbidos.

Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara de Cascais, já lamentou a morte do artista as redes sociais: "Perder Carlos Avilez é perder um pedaço da alma de Cascais e do teatro português. Um amigo querido, Avilez deixa um legado incomparável na arte da encenação e na formação de atores. Como fundador do Teatro Experimental de Cascais e da Escola Profissional de Teatro de Cascais, moldou muitas carreiras e tocou inúmeros corações com sua paixão e dedicação ao teatro".