Harvey Weinstein ficou a saber esta quarta-feira à tarde em que as provas apresentadas contra si pelas autoridades foram consideradas suficientes para a sua acusação formal.

O produtor de cinema viu assim confirmadas as acusações por violação e agressão sexual em casos alegadamente ocorridos em 2004 e 2013 relacionados com duas mulheres diferentes pelas quais foi detido a 25 de maio.

No que é uma das primeiras etapas do processo judicial americano, cabia a um Grande Júri decidir se pedia mais investigações ou determinava se as provas apresentadas são suficientes para avançar ou não.

O procurador de Manhattan Cyrus Vance  considerou que a acusação coloca Weinstein "um passo mais próximo de ser responsabilizado pelos crimes de violência sexual pelos quais ele foi agora acusado."

"O recente ataque do réu à integridade das sobreviventes e do processo legal é previsível. Estamos confiantes que quando o júri conhecer as provas, irá rejeitar imediatamente esses ataques", continuou.

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A audiência, marcada para as 14h00 locais (19h00 em Portugal continental) não contou com a presença do produtor, que se declarou na semana passada inocente e ficou em liberdade depois de pagar uma fiança de um milhão de dólares, entregar o passaporte e aceitar usar pulseira eletrónica com GPS.

Algumas horas antes, a sua equipa de advogados tinham avançado que ele não ia testemunhar pois fora rejeitado um pedido de adiamento.

A recusa no acesso a documentos importantes sobre o caso que consideravam necessários para defender o seu cliente perante o Grande Júri foi a justificação dada pelos advogados, que salientaram ainda não ter tido tempo tempo suficiente para o preparar "de forma adequado" para testemunhar por causa do feriado prolongado do "Memorial Day".

Nesta fase do processo é raro um acusado apresentar a sua versão dos acontecimentos.

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O advogado principal, Benjamin Brafman, também reconheceu que a acusação formal era "inevitável" independentemente de qual fosse o testemunho do seu cliente, acusando o procurador de ceder a pressões políticas.

O escândalo à volta de Harvey Weinstein explodiu a 5 de outubro de 2017, com a publicação no jornal The New York Times de uma primeira série de testemunhos de atrizes que afirmavam ter sido assediadas.

Mais de uma centena de atrizes, entre elas Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Rose McGowan, e de ex-colaboradoras acusaram-no desde então de assédio, abuso sexual e violação. Os factos, que frequentemente remontam a dez ou 20 anos, prescreveram na maioria e são d

A próxima audiência está marcada para 30 de julho.