O médico do Minnesota Michael Todd Schulenberg fechou um acordo de um processo de violação civil no qual se compromete a pagar uma multa de 300 mil dólares (cerca de 242 mil euros) por ter receitado um opióide para Prince de forma ilegal, uma semana antes da morte do artista norte-americano.

A negociação decorreu esta quinta-feira, pouco antes de antes de os procuradores anunciarem que ninguém será culpado criminalmente pela morte do cantor ao fim de dois anos de investigação.

"Sem motivo e sem suspeito identificado", a justiça “não pode iniciar um processo criminal relacionado à morte de Prince", afirmou, numa conferência de imprensa, Mark Metz, o procurador do condado de Carver, que integra a localidade de Paisley Park, onde ficava a casa de Prince.

Os investigadores alegam, no entanto, que Schulenberg violou a Lei da Substância Controlada ao prescrever o analgésico no nome de outra pessoa a 14 de abril de 2016, poucos dias antes da morte de Prince.

O profissional visitou o cantor pelo menos duas vezes antes da morte e, de acordo com declarações suas reveladas pela investigação, receitou o analgésico a Kirk Johnson, o guarda-costas e amigo de longa data do artista. Contudo, o advogado do médico garante que nunca foi receitado nenhum analgésico com o intuito de ser dirigido a Prince.

Schulenberg também concordou em ser submetido a um controlo mais rígido das suas prescrições. O médico deverá relatar a sua atuação profissional a cada dois anos e permitir a inspeção do seu trabalho.

Prince morreu a 21 de abril de 2016, na sequência de uma overdose fatal que terá resultado da quantidade "extremamente elevada" de fentanil, uma droga 50 vezes mais poderosa do que a heroína, de acordo com a Associated Press.

O artista tinha no sangue uma concentração de fentanil de 67,8 microgramas por litro, mas três microgramas são suficientes para uma overdose fatal.

Já o fígado do cantor de 57 anos continha 450 microgramas por quilo, um nível também demasiado elevado quando 69 microgramas por quilo pode levar à morte.

Os encarregados da investigação da morte de Prince já haviam confirmado, há meses, que tinham sido encontrados vários medicamentos em Paisley Park, no Minnesota, local da residência e estúdio do músico, com um nome associado às embalagens: Kirk Johnson. Johnson referiu que o cantor lidava com problemas de dependência de opiáceos, fármacos derivados do ópio com efeito analgésico.

Em agosto de 2016, o The Star Tribune revelou que medicamentos adulterados podem ter estado na origem da morte. O jornal local divulgou então que tinham sido encontrados vários comprimidos identificados como sendo hidrocodona, mas que na realidade continham fentanil, um forte medicamento para o qual Prince não tinha receita.

Citando uma fonte anónima, o The Star Tribune afirmou ainda que os investigadores se "inclinavam para a teoria de que o artista tomou os comprimidos sem saber que continham a droga".