Na sexta-feira, às 21h30, o agrupamento de cordas matosinhense toca na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e, no domingo, na Casa da Música, no Porto. O programa dos dois concertos é constituído pelo Quarteto n.º 8, de Dmitri Chostakovitch, o Quarteto n.º 2, de Felix Mendelssohn e ainda pelas “Cenas nas Montanhas”, de José Vianna da Motta.

Além de Lisboa e Porto, no âmbito desta série de recitais, o Quarteto de Matosinhos atua em Barcelona, no Palau de la Musica Catalana, na próxima segunda-feira, com obras de Mozart, Vianna da Motta, Chostakovitch e Maurice Ravel, e, em Budapeste, no Palácio das Artes, no dia 22, em que repete o programa apresentado na capital catalã.

O Quarteto de Matosinhos, fundado em 2007, é formado por Vítor Vieira e Juan Maggiorani (violinos), Jorge Alves (viola d'arco) e Marco Pereira (violoncelo), todos licenciados na Academia Nacional Superior de Orquestra e com estudos de aperfeiçoamento em diversas escolas de música.

O quarteto foi um dos selecionados nacionais do programa europeu "Rising Stars", uma iniciativa da European Concert Hall Organisation (ECHO), da qual fazem parte a Fundação Calouste Gulbenkian e a Casa da Música, entre as cerca de 20 salas de concertos europeias, e que visa dar a conhecer novos talentos na área da música erudita.

Este ano, o grupo já tocou em Colónia, Dortmund e Hamburgo, na Alemanha, em Amesterdão, no Het Concertgebouw, e na Konserthus de Estocolmo.

“Até agora a digressão tem sido uma experiência inesquecível. Temos sido recebidos com enorme entusiasmo, salas praticamente esgotadas, o que é sem dúvida maravilhoso quando chegamos, por exemplo, ao Musikverein [em Viena] e vemos a sala cheia”, disse à Lusa Marco Pereira.

“A crítica tem sido ótima, e há que salientar o despertar do interesse das pessoas pela música portuguesa, e a forma como a sentem”, realçou o violoncelista.

“Cenas nas Montanhas’ de Vianna da Motta, é a obra que nos acompanha em todos os concertos, mas também tocamos uma peça de Telmo Marques, ‘Contrafação Folclórica’, obra encomendada e estreada por nós, e ainda ‘Caged Symphonies’, de Vasco Mendonça, obra encomendada pela Câmara de Matosinhos para ser tocada por nós, que a estreámos”, disse o músico.

Segundo Marco Pereira, “são três obras com caráter diferente, mas todas elas foram muito bem recebidas pelo público europeu e despertaram imenso interesse por parte dos ouvintes”.

À Lusa, o músico afirmou que esta “oportunidade é sem dúvida um momento marcante” na sua carreira.

Para o quarteto estão projetados três concertos em junho, em Birmingham, no Reino Unido, Bruxelas e Baden-Baden, na Alemanha, inseridos no programa “Rising Stars” e, em perspetiva, está uma digressão à Austrália, adiantou o violoncelista.

“Temos tido uma boa recetividade, com salas cheias e estamos com boas expectativas, quando a uma internacionalização mais sistemática”, rematou Marco Pereira.

@Lusa