A especulação sobre o fim da colaboração entre o cantor Bryan Adams e o seu manager, Bruce Allen, foi avançada em dezembro pela imprensa canadiana e até à data não houve qualquer declaração oficial de nenhuma das partes. Uma fonte conhecedora da situação confirma que de momento Bryan Adams é o seu próprio manager, assinala a Billborad Canada.

Especula-se que a separação, após uma parceria de mais de quatro décadas (recordada pelo SAPO Mag na série de artigos "O Estranho Caso de Bryan Adams"), se deve a um desacordo entre o empresário e o artista sobre a sua direção futura, em particular a insistência de Adams em gastar em novos álbuns, não se percebendo se o conflito inclui também divergências sobre o novo material.

Acredita-se que Allen, um experiente leitor da opinião popular, tenha discutido sobre gastos excessivos em novos álbuns e vídeos que não trazem receitas acrescidas na principal fonte do momento: a bilheteira dos concertos. Allen sempre foi crítico dos gastos de Adams nos últimos álbuns contratados com a Universal e no acordo de 2021 com a RCA. É um argumento antigo: os artistas veteranos querem permanecer relevantes e gravam novo material, mas a maioria dos fãs - jovens ou mais velhos - quer é ouvir os sucesso antigos.

Ainda estão por avaliar as consequências para cada um, mas a carreira de Allen no desenvolvimento e gestão de talentos não deverá acabar, apesar de já ter 78 anos. No seu catálogo mantêm-se superestrelas globais como Michael Bublé e The Offspring, mas nenhuma com a capacidade de dar mais de 100 concertos por ano, como Bryan Adams.

Para o manager, a saída de Adams é provavelmente um rombo no seu orçamento, mas a disciplina e rotina atual de Bryan também não deixa de ser um pesadelo de que se livra: tocar 10 dias por mês ao longo de todo o ano e de todo o planeta é um somatório diário de dores de cabeça em logística, burocracia turística, marcação de viagens e estadias, impostos locais, taxas de câmbio, etc.

Quanto a Adams, os seus concertos são vendidos pela Live Nation e a partir de 20 de janeiro está de volta à estrada nos Estados Unidos, com Dave Stewart e o Eurythmics Songbook na primeira parte. São 11 concertos até fevereiro, seguidos de uma pausa de 18 dias, após o que retoma a 21 de fevereiro para mais 17 até 17 de março. Nova pausa e aterra na Escandinávia a 26 de abril para duas atuações na Suécia, uma na Noruega e cinco na Dinamarca. Em maio grava novamente no Royal Albert Hall três apresentações completas de outros tantos álbuns, repetindo o que já fez com “Cuts Like A Knife”, “Into The Fire” e “Waking Up The Neighbours” - gravou-os em três dias em 2022 e editou-os o ano passado.

Na semana passada Bryan Adams era o 22.º nome mais procurado na compra de bilhetes nos Estados Unidos, à frente de outros poderosos como os Red Hot Chilli Peppers, Neil Young ou Pink.