Nakamura, autora de sucessos que misturam o francês com outros idiomas, como a canção "Djadja", evocou a possibilidade de interpretar um tema de Edith Piaf durante a cerimónia, em conversa recente com o presidente Emmanuel Macron.

Esta possibilidade foi mencionada no passado domingo, durante um evento de campanha eleitoral do partido de extrema direita Reconquista, de Eric Zemmour, o que provocou protestos do público.

Um pequeno grupo radical, denominado Os Nativos, pendurou uma faixa numa ponte sobre o rio Sena, dizendo: "De forma alguma, Aya, isto é Paris, não o mercado de Bamako", capital do Mali, em alusão à origem da cantora.

Esta segunda-feira, o comité organizador da cerimónia declarou-se ofendido por estes "ataques racistas" e declarou apoio à artista de 28 anos.

A polémica prosseguiu nas redes sociais esta semana.

"Podem ser racistas, mas não surdos. E é isso que lhes dói! Não lhes devo nada", reagiu a cantora.

A ministra do Desporto, Amelie Oudea-Castera, recorreu à plataforma X (antigo Twitter) para declarar o seu apoio à artista.

A 10 de fevereiro passado, Nakamura ganhou um prémio Victoire (o equivalente em França aos Grammys) de melhor artista feminina.

"Não era um combate, mas agora tem de cantar [na cerimónia], vamos apoiá-la", exigiu outro cantor, Dadju.