Neste romance, Almeida recupera a personagem Miguel Lopes Macieira, famoso escritor das ilhas cabo-verdianas assassinado pelo seu melhor amigo quando ia iniciar a sessão de apresentação do seu novo livro, “O Último Mugido”.

Na trama, Mariza, mulher de Lopes Macieira, regressa da América para executar o testamento do escritor, nomeadamente a sua cremação pública numa praça do Mindelo.

"Mariza ficou parada a apreciar as estrondosas palmas com que as suas palavras foram coroadas. A seguir estendeu o braço para o presidente da câmara, que a ajudou a descer no estrado. Um dos jovens entregou-lhe uma tocha acesa e ela encaminhou-se devagar para junto do caixão", escreve Germano de Almeida em "O Último Mugido".

Este novo romance de Germano de Almeida escolhe o mesmo título para homenagear este autor por si imaginado, prosseguindo a história: “Um retrato ao mesmo tempo realista e divertido da sociedade do Mindelo, esse microcosmo onde cada um de nós pode também encontrar o seu lugar”, afirma a Editorial Caminho, que chancela o título.

“o Último Mugido” é o 17.º título da bibliografia de Almeida, iniciada com “O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo” (1989).

Germano Almeida, distinguido em 2018 com o Prémio Camões, evidenciou-se ao afastar-se da denominada escola dos claridosos, grupo de escritores em torno da revista literária e cultural Claridade, surgida em 1936 no Mindelo, na ilha de S. Vicente.

Almeida, por seu turno, foi um dos fundadores da revista literária Ponto & Vírgula (1983-1987) e, em 1989, da Ilhéu Editora, no Mindelo.

O autor nasceu na ilha da Boa Vista em 1945, licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa e, desde 1979, vive em São Vicente, onde exerce a profissão de advogado.

As suas primeiras histórias surgiram na Ponto & Vírgula, com o pseudónimo de Romualdo Cruz, mais tarde publicadas em “A Ilha Fantástica” (1994).

A ilha de S. Nicolau é o cenário de fundo d’“O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo”, já os títulos “O Dia das Calças Roladas” (1992) e “Os Dois Irmãos” ( 1995) têm por base histórias acontecidas, no ambiente rural de Santo Antão e São Tiago.

A sua bibliografia inclui títulos como “Estórias Contadas”, (1998), “Dona Pura e os Camaradas de Abril” (1999), “Viagem Pela História das Ilhas” (2003) ou “Regresso ao Paraíso” (2015).

O autor cabo-verdiano tem obras publicadas no Brasil, França, Espanha, Itália, Alemanha, Suécia, Holanda, Noruega e Dinamarca, Cuba, Estados Unidos, Bulgária, Suíça, segundo a sua editora.

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