O responsável falava numa conferência de imprensa, via internet, para apresentar as programações dos três festivais, com a participação dos respetivos diretores, o encenador italiano Antonio Latella, para o teatro, a coreógrafa canadiana Marie Chouinard, para a dança, e o compositor Ivan Fedele, para a música.

Devido ao impacto da pandemia da COVID-19, os festivais de teatro e de dança da Bienal de Veneza, previstos para junho e julho, tiveram de ser adiados.

"O online também vai ser útil para alguns eventos colaterais dos festivais, mas a experiência presencial é muito importante nestas artes, porque é especial", sublinhou o presidente da Bienal de Veneza, instituição italiana, com origem nas mostras internacionais de final do século XIX, que irá festejar 125 anos de vida.

Roberto Cicutto indicou que as programações de teatro e música mantiveram-se inalteradas, após o adiamento, mas, no caso da dança, houve algumas alterações resultantes do encerramento de fronteiras de alguns países, devido à pandemia da COVID-19.

Antonio Latella, diretor do departamento de teatro, disse, na conferência de imprensa, que esta edição do Festival de Teatro - de 14 a 24 de setembro - terá como título "Nascondi(no)" ("Hide-and-seek", em inglês, num jogo de palavras com o sentido de escondido, oculto), e irá apresentar 28 estreias mundiais e 40 performances.

"O teatro cria diálogos e não apenas conversas", afirmou o diretor, revelando que o evento será apresentado como "um pavilhão do teatro italiano", no qual será dado a conhecer as particularidades dos seus processos criativos.

"Esta bienal olha para o conteúdo e não para a aparência, por isso não será um fogo de artifício", advertiu Antonio Latella, sublinhando que o festival foi pensado "para refletir a eternidade".

Por seu turno, o compositor Ivan Fedele, diretor do departamento de música, cujo festival está previsto para decorrer entre 25 de setembro e 4 de outubro, anunciou que o certame terá como título "Encontros", e irá apresentar 15 peças em estreia mundial e 13 em estreia em Itália.

Na conferência de imprensa, o compositor considerou que "a vida sem artes vivas é um erro, porque é um tipo de arte que transita dos que a interpretam para os que a recebem, e regressa para os intérpretes".

O título do festival, "Encontros", foi definido antes da pandemia, comentou o responsável, sublinhando que muitos dos músicos que são apresentados têm a sua plataforma de lançamento durante a bienal.

"A música não está limitada a um único estilo, não está limitada a isso, é variada, e isso é fundamental", disse Ivan Fedele, apontando que os músicos premiados no festival ao longo das décadas foram "condenando os dogmas da contemporaneidade".

Quanto ao Festival de Dança, dirigido pelo quarta vez pela canadiana Marie Chouinard, previsto para decorrer de 13 a 25 de outubro, apresentará 23 peças de dança - sete em estreia mundial - e 'performances' de 19 coreógrafos.

Sob o tema "And Now" ("E agora", em tradução livre), o festival centra-se na frase que antecede a apresentação de um artista, "quando a cortina sobe".

Na conferência de imprensa transmitida em direto por via digital, a coreógrafa comentou que a dança constitui "uma série de momentos no momento presente, dentro de um presente que vive até ao fim, que vive para o espetador e que nos mantém presentes no interior da criação, mostrada perante os nossos olhos".

"Quando o espetáculo acaba e a cortina baixa, e desaparece, quanto dele fica na nossa memória?", questionou, acrescentando que cada vez que o espectador compra um bilhete para um espetáculo, "há um ato de fé, de esperança".

No sítio online da bienal, a organização colocou, no final da conferência de imprensa, as programações completas dos festivais de teatro, música e dança para este ano.

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