O anúncio foi feito hoje, na página oficial do prémio, The Man Booker Prize, e a lista, escolhida por um painel de cinco jurados, inclui romances de escritores de França, Polónia, Israel, Bélgica, Noruega, Albânia, Islândia, China, Alemanha, Dinamarca e Argentina.

Os autores franceses que se candidatam este ano a ganhar o The Man Booker International Prize são Mathias Enard, com “Compass" (com tradução de Charlotte Mandell), ou "Bússola", título da edição portuguesa, e Alain Mabanckou, com “Black Moses” (Helen Stevenson), autor que tem "Memórias de porco-espinho" traduzido para português.

Os finalistas israelitas são Amos Oz, com “Judas” (Nicholas de Lange), o mais recente romance do escritor, também publicado em Portugal, e David Grossman, com “A Horse Walks into a Bar” (Jessica Cohen), o autor de "Ver: amor" e "Em carne viva".

Do norte da Europa, chegam à lista Roy Jacobsen, da Noruega, com o romance “The Unseen” (Don Bartlett), Jón Kalman Stefánsson, da Islândia, com “Fish Have No Feet” (Phil Roughton) e Dorthe Nors, da Dinamarca, com “Mirror, Shoulder, Signal” (Misha Hoekstra).

Jón Kalman Stefánsson tem traduzida para português a trilogia "Paraíso e Inferno", "A Tristeza dos Anjos" e "O Coração do Homem".

Os restantes europeus na corrida para este prémio internacional são Wioletta Greg, da Polónia, com o livro “Swallowing Mercury” (Eliza Marciniak), Stefan Hertmans, da Bélgica, com “War and Turpentine” (David McKay), Ismail Kadare, da Albânia, com o romance “The Traitor’s Niche” (John Hodgson), e Clemens Meyer, da Alemanha, com “Bricks and Mortar” (Katy Derbyshire).

"Os Tambores da chuva" e "Abril despedaçado" são algumas obras em português de Ismail Kadare, um nome recorrente nas indicações para o Nobel da literatura, vencedor do Man Booke Prize em 2005.

De fora da Europa, apenas dois candidatos, o chinês Yan Lianke, com o livro “The Explosion Chronicles” (Carlos Rojas), e a argentina Samanta Schweblin, com “Fever Dream” (Megan McDowell).

De Yan Lianke está editado em Portugal o romance "Servir o povo".

O prémio é atribuído todos os anos a um único livro, que é traduzido para o inglês e publicado no Reino Unido, sendo elegíveis tanto romances, como coleções de contos.

O trabalho dos tradutores é igualmente recompensado, com o prémio de 50 mil libras (mais de 57 mil euros) a ser dividido entre autor e tradutor da obra vencedora.

Cada autor e cada tradutor da lista final receberá ainda 1.000 libras (1.143 euros). O júri avaliou 126 livros.

Esta primeira lista de candidatos ao The Man Booker International Prize foi selecionada por um júri presidido por Nick Barley, diretor do Festival Internacional do Livro de Edimburgo, e composto por Daniel Hahn, escritor premiado, editor e tradutor, Elif Shafak, romancista premiada e uma das escritoras mais lidas na Turquia, Chika Unigwe, autora de quatro romances, incluindo “On Black Sisters 'Street”, e Helen Mort, poeta, nomeada para o T.S. Eliot Prize, para o Costa Prize e cinco vezes vencedora do Foyle Young Poets award.

De acordo com Nick Barley, este “foi um ano excecionalmente forte para a ficção traduzida".

"A nossa lista longa consiste em livros de leitura compulsiva e ferozmente inteligentes. Desde poderosas descrições e imagens chocantes dos horrores históricos e contemporâneos até a retratos íntimos de pessoas nas suas vidas diárias, os livros desta lista são acima de tudo tão bem escritos que é de tirar o fôlego”, disse o presidente do júri.

“A ficção na tradução está a florescer: nestes tempos em que paredes estão a ser erigidas, esta explosão de ideias brilhantes de todo o mundo a chegarem à língua inglesa parece mais importante do que nunca”, sublinhou.

A lista final de seis livros será anunciada a 20 de abril e o vencedor do prémio de 2017 será anunciado a 14 de junho, em Londres.

O vencedor do The Man Booker International Prize 2016 foi o romance “The Vegeterian” (“A Vegetariana”), da sul-coreana Han Kang, traduzido para inglês por Deborah Smith e publicado no Reino Unido pela “Portobello Books”.

O livro, publicado em Portugal pela D.Quixote, conta a história – pela perspetiva de três narradores diferentes - de uma jovem mulher que decide deixar de comer carne, depois de ter tido um pesadelo sangrento, uma decisão que acaba por ter consequências dramáticas na sua vida.