Woody Allen já tem uma nova parceria de produção para o seu próximo filme.

Será a espanhola Mediapro a financiar o projeto, ainda sem título, renovando a colaboração de "Vicki Christina Barcelona" e "Meia-Noite em Paris".

Não existem mais informações exceto que o realizador já começou a procurar locais de filmagem em Espanha.

Questionada pelo jornal The New York Times sobre a decisão, a Mediapro disse em comunicado: "Temos uma relação de dez anos com o senhor Allen e, como em todos os projetos que produzimos, avaliamos o criador pelo seu trabalho".

Woody Allen tem um filme já pronto, "A Rainy Day in New York", uma comédia romântica protagonizada por Timothée Chalamet, Selena Gomez, Rebecca Hall, Elle Fanning, Jude Law, Diego Luna e Liev Schreiber.

A Amazon decidiu adiar a estreia quando, no auge dos movimentos #MeToo e Time´s Up, em outubro de 2017, Dylan Farrow, a sua filha adoptiva, ter reafirmado as acusações de abuso sexual que terá alegadamente sofrido em 1993, quando tinha sete anos.

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Apesar de ter sido ilibado e não terem surgido novas provas e outro dos filhos adoptivos de Farrow (Moses Farrow) garantir que não houve abuso, a reação contra o realizador tornou-se esmagadora, inclusivamente por parte do elenco do novo filme: Chalamet, Gomez e Hall vieram a público dizer que se arrependiam de ter trabalhado com o realizador e doariam os respetivos salários a associações ligadas ao movimento #TimesUp.

Colin Firth, Kate Winslet, Mira Sorvino, Natalie Portman, Peter Sarsgaard e Ellen Page foram alguns dos atores que também afirmaram então que não voltariam a trabalhar com Woody Allen ou expressaram o arrependimento por o terem feito.

Diane Keaton, Javier Bardem, Penélope Cruz e mais tarde Michael Caine colocaram-se do lado do realizador.

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Já este mês, o realizador decidiu processar a Amazon por recusar lançar o filme "A Rainy Day in New York" e renegar o contrato.

"A Amazon tentou desculpar a sua ação com uma acusação sem fundamento de 25 anos contra Allen, mas esta acusação já era bem conhecida da Amazon (e do público) antes de fazer quatro contratos diferentes [...] e , em qualquer caso, não fornece uma base para a Amazon rescindir o contrato [...]", refere o processo, onde são exigidos 68 milhões de dólares [quase 60 milhões de euros].