É mais um episódio da desigualdade salarial de género em Hollywood, mas ainda com um "twist": Viola Davis está cansada de ser chamada a "Meryl Streep negra" sem que isso se manifeste tanto nos salários nem sequer nas listas de "casting" quando comparado com outras atrizes brancas de talento e experiência semelhantes.

"O que elas são pagas — que é metade do que um homem está a ganhar —, bem, provavelmente recebemos um décimo do que consegue uma mulher branca.", explicou a vencedora do Óscar num fórum da Women in the World.

"E eu sou a primeira na lista de preferências", acrescentou, referindo-se às mulheres negras, antes de garantir que tem de regatear o seu valor ao telefone.

A também protagonista da série "Como Defender Um Assassino" admite que tem "provavelmente" uma carreira comparável às de Meryl Streep, Julianne Moore e Sigourney Weaver, atrizes que saíram de Yale, Juilliard e outras instituições de referência. Apesar de partilhar com elas um percurso semelhante, garante que isso não se manifesta na sua posição, "nem de perto nem de longe".

"Tenho o Óscar, o Emmy [televisão], dois Tony [teatro]. Fiz Broadway, off Broadway, fiz televisão, fiz cinema. Fiz tudo", salientou, referindo-se ao percurso de 30 anos.

"E no entanto, não estou nem de perto nem de longe próxima delas, não em relação ao dinheiro, não em relação a oportunidades de emprego", garantiu.

Viola Davis explicou aquilo que ouve dos potenciais empregadores em Hollywood: "És a Meryl Streep negra. És mesmo. E adoramos-te. Adoramos-te. Não há ninguém que se compare".

"OK, então se não há ninguém que se compare, se acham que sou isso, paguem-me o que valho.", desafiou.