"Star Wars: Os Últimos Jedi" já é oficialmente o décimo filme mais rentável na história das bilheteiras modernas, com quase 1,3 mil milhões de dólares a nível mundial, deixando para trás "A Bela e o Monstro", mas há um grande país que rejeita completamente o fenómeno: a China.

Ao fim de menos de duas semanas de exibição, está a ser retirado das salas de cinema daquele que é o segundo maior mercado do mundo por uma razão nada habitual: é um gigantesco fracasso comercial.

Os sinais surgiram logo com os 28,7 milhões de dólares no fim de semana de estreia ("Velocidade Furiosa 8" conseguiu 55 milhões... no primeiro dia). No segundo fim de semana, as receitas foram apenas de 2,4 milhões, uma queda incrível de 92% que deixou as salas quase vazias e levou a uma decisão radical.

"'Os Últimos Jedi' já foi completamente retirado das salas de cá", explicou ao Hollywood Reporter Jimmy Wu, o responsável pela cadeia de cinemas chinesa Lumiere Pavilions. "Está a portar-se muito pior do que poderíamos esperar."

O filme não vai fazer sequer 50 milhões de dólares na China. "Star Wars: O Despertar da Força" ainda conseguiu 124 milhões em 2016 e "Rogue One" 69 milhões no ano a seguir.

As razões para o desastre são as "personagens complexas e temas, as prequelas e todas as camadas multi-geracionais que fazem parte da cultura ou culto de 'Star Wars'", difíceis de perceber por um público jovem que não teve acesso nos cinemas à trilogia original (1977-1983) e que viu chegar a segunda (1999-2005) quando o mercado ainda estava longe de se vir a tornar o segundo mais importante a nível mundial.

Muitas pessoas na China continuam a não estar a familiarizadas com as personagens e o universo de "Star Wars" e antes da estreia de "O Despertar da Força" no início de 2016, a Disney gastou muito em marketing para tornar os filmes anteriores mais acessíveis.

"Aqui, 'Star Wars' não tem um legado. Vai ser preciso algo novo para reconquistar os espectadores chineses", concluiu Jimmy Wu.