Da Bíblia a Nostradamus, passando pelo calendário maia e o erro do milénio, os fatalistas, fãs e religiosos fervorosos são fascinados com o fim do mundo.

E os realizadores de cinema adoram alimentar as grandes preocupações que surgem do excesso de população, de uma praga ou do holocausto nuclear.

O pacote de ficção distópica que vai chegar aos cinemas e aos serviços de "video on demand" (VOD) nos próximos meses inclui "Mortal Engines", de Peter Jackson; "Inrang", de Kim Jee-woon; e "Luxembourg", de Myroslav Slaboshpytskyi.

Shawn Robbins, analista do Boxoffice.com, qualifica o género como a "definição do escapismo", uma forma de arte que satisfaz um desejo primário de voltar ao básico.

"Estes filmes são geralmente vistos como versões pessimistas do futuro, o que certamente é uma interpretação válida, mas também podem ser autorreflexivos de uma forma positiva", disse à AFP.

"É fácil ver os filmes pós-apocalípticos e distópicos como parte do nosso destino inevitável, mas também podemos tomá-los como lições e parábolas, pois, no coração de qualquer boa história, a condição humana é explorada e desafiada", acrescentou.

Eu Sou a Lenda (2007)

Vida comum de rato de laboratório

Zombies, meteoritos e armas de destruição maciça são normalmente as causas dos apocalipses fictícios, embora nem sempre.

Em "Um Lugar Silencioso" (2018) eram extraterrestres carnívoros, enquanto em "Eu Sou a Lenda" (2007), "A Ameaça de Andrómeda" (1971), "12 macacos" (1995) e "Planeta dos Macacos" (nas várias versões, a começar em 1968), o vilão é um vírus.

Também há os desastres causados pelo homem como em "À Beira do Fim" (1973), "Waterworld" (1995) e "Wall-E" (2008), assim como quando o inimigo é a tecnologia, como em "Fuga no Século XXIII" (1976) , "Exterminador Implacável" (os vários filmes, a começar em 1984) e a saga "Matrix" (1999-2003).

Os filmes "Mad Max" de George Miller de 1979-2015 inspiraram um exército dos chamados "cosplayers", que se reúnem em festivais para viver as suas fantasias como guerreiros da estrada após o colapso da civilização.

A cada verão, mais de duas mil pessoas deixam os seus empregos para ir ao festival "Wasteland Weekend" no calor do deserto do sul da Califórnia.

"É uma oportunidade para se afastar da vida comum de rato de laboratório e divertir-se", disse à AFP em 2016 Joseph Hileman, de 52 anos, supervisor de segurança de Concord, perto de San Francisco.

The Domestics (2018)

Fascínio macabro

A visão apocalíptica do cineasta Mike P. Nelson, "The Domestics", estreou em alguns cinemas dos Estados Unidos e em VOD este fim de semana.

"Existe uma espécie de fascínio macabro de que tudo pode acabar a qualquer momento", declarou.

"É uma fantasia estranha das pessoas de que algo assim pode acontecer e acho que estes filmes podem dar uma antecipação e permitir-nos ter medo por um instante e a seguir sentirmo-nos a salvo", esclareceu.

Protagonizada por Kate Bosworth ("A Onda dos Sonhos") e Tyler Hoechlin ("As Cinquenta Sombras de Grey"), esta produção de 95 minutos de impacto e violência tem lugar no "Midwest" dos Estados Unidos, transformado numa terra desabitada e sem lei após uma atrocidade química provocada pelas autoridades.

Bosworth e Tyler, separados em processo de divórcio antes do mundo se tornar um lugar mais inóspito, terão de aprender a sobreviver numa paisagem angustiante e devastada por gangues.

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