A década de 60 viu irromper um pouco por todo o mundo novas vagas cinematográficas, que punham em questão os cânones narrativos, estéticos e sociais dos modelos anteriores. Com a França como chefe de fila, países como Portugal, Brasil, Itália e Checoslováquia renovaram a sua filmografia. O Japão, cuja cinematografia o Ocidente descobriu em em 1950 com
«Às Portas do Inferno», também não ficou à margem do fenómeno, em que emergiu uma nova geração de cineastas como
Nagisa Oshima,
Masahiro Shinoda e
Yoshihige Yoshida. O movimento recebeu o nome de «Shochiku Nabero Bagu», significando os últimos dois termos precisamente «nouvelle vague» e representando o primeiro uma das grandes sempresas de cinema japonesas.

São as obras desse período que a Culturgest apresenta entre hoje, 12 de Maio, e domingo, 17, no ciclo «Eros + Revolta – O novo cinema Japonês dos anos 60», comissariado por
Augusto M. Seabra. Assim, poderemos ver alguns dos primeiros filmes de Nagisa Oshima, como
«O Enterro do Sol» (1960),
«Noite e Nevoeiro no Japão» (1960) ou
«O Enforcamento» (1968), que já davam bem a ver aquilo de que o cineasta era capaz antes de explodir na arena internacional com
«O Império dos Sentidos», em 1976.

Também importante é conhecer a obra inicial de
Shohei Imamura, cineasta que ganhou duas Palmas de Ouro em Cannes (com
«A Balada de Narayama», em 1983, e
«A Enguia», e, 1998), designadamente o filme
«A Mulher-Insecto» (1963).

E além da descoberta de autores como
Toshio Matsumoto,
Kôji Wakamatsu,
Masahiro Shinoda e
Yoshishige Yoshida, a mostra tem como ponto alto a exibição de três filmes de
Seijun Suzuki, cineasta que influenciou decisivamente autores como
Quentin Tarantino,
Jim Jarmusch e
Wong Kar-wai:
«A Porta da Carne» (1964),
«Elegia da Luta» (1966) e
«O Vagabundo de Tóquio» (1966).

Pode consultar a programação completa no
site oficial da Culturgest.