Aos 45 anos,
Natasha Richardson faleceu ontem, quarta-feira, no Lenox Hill Hospital, em Nova Iorque, na sequência de um acidente ocorrido num «resort» de esqui em Mont Tremblant, no Canadá, que lhe provocou uma lesão cerebral fatal.

A actriz caiu num local destinado à prática de principiantes, mas não revelou imediatamente quaisquer sinais de ferimentos ou lesões e ninguém deu maior importância ao sucedido. A actriz terá rido e a brincado com o instrutor no regresso ao seu quarto e só cerca de uma hora depois é que começou a queixar-se de dores de cabeça, tendo sido levada imediatamente para o Centre Hospitalier Laurentien, e logo a seguir para o Hôpital du Sacré-Coeur, em Montreal.

Assim que soube do sucedido, o seu marido
Liam Neeson deixou a rodagem do filme «Chloe», em Toronto, para se juntar à esposa e aos dois filhos do casal, de 12 e 13 anos. De imediato, começaram circular rumores de que a actriz sofrera um traumatismo craniano grave e que entrara em morte cerebral.

A actriz seguiu depois para o Lenox Hill Hospital, onde toda a família se juntaria à cabeceira de Richardson, incluindo a sua mãe
Vanessa Redgrave, a sua irmã
Joely Richardson e a sua tia
Lynn Redgrave. Também por lá passaram alguns amigos íntimos, como as actrizes Meryl Streep e Lauren Bacall.

A confirmação do falecimento da actriz veio de Alan Nierob, porta-voz da família, que afirmou que «Liam Neeson, os seus filhos e toda a sua família estão chocados e devastados pela trágica morte da sua amada Natasha. Estão profundamente gratos pelo apoio, amor e orações de todos, e pedem privacidade nesta altura muito difícil».

Natasha Richardson fazia parte de uma família com grandes pergaminhos na arte da representação britânica. O seu bisavô
Roy Redgrave foi um prestigiado actor de teatro e cinema mudo, o seu avô
Michael Redgrave foi um dos grandes actores da sua geração, tradição que continuou com a sua mãe Vanessa Redgrave e a sua tia Lynn Redgrave, para citar apenas os membros mais reconhecidos. O seu pai foi o realizador
Tony Richardson, que assinou filmes como o oscarizado «Tom Jones, Romântico e Aventureiro».

A actriz surgiu pela primeira vez no grande ecrã aos quatro anos, num filme realizado pelo seu pai,
«A Carga da Brigada Ligeira», a que se seguiu uma extensa aprendizagem teatral.

Após alguns papéis na televisão (o primeiro foi na mítica série da Granada
«As Aventuras de Sherlock Holmes»), estreou-se a sério no cinema em 1986, em
«Poetas e Fantasmas», de Ken Russell. Um ano depois contracenava com Kenneth Branagh e Colin Firth em
«Longe da Guerra», mas o seu primeiro papel principal surgiu em 1988 com
«A Verdadeira História de Patty Hearst», de Paul Schrader.

A partir daí fez papéis importantes em filmes como
«A História da Aia» (1990), de Volker Schlondorff,
«Estranha Sedução» (1990), de Paul Schrader,
«Nell» (1994), de Michael Apted, onde conheceu o seu futuro marido Liam Neeson,
«Pai para Mim... Mãe para Ti» (1998), de Nancy Meyers,
«Encontro em Manhattan» (2002), de Wayne Wang, e
«Ao Anoitecer» (2007), de Lajos Koltai, em que contracenou com a sua mãe.

Mas terá sido no teatro que deixou algumas das suas mais brilhantes prestações artísticas, interpretando autores tão consagrados como Shakespeare e Ibsen. Em 1998 ganhou um
Tony ao interpretar Sally Bowles na versão que Sam Mendes fez de
«Cabaret» e em 2005, na mesma companhia de teatro, conquistou todos os elogios no papel de Blanche DuBois em
«Um Eléctrico Chamado Desejo», com John C. Reilly como Stanley Kowalsky.

Natasha Richardson foi também muito activa na angariação de fundos para combater a SIDA, uma vez que o seu pai, Tony Richardson, faleceu em consequência dessa doença.