Ian Holm morreu esta sexta-feira (19) aos 88 anos.

A notícia foi avançada pelo agente do ator ao jornal britânico "The Guardian", que indicou que foi por causas relacionadas com a doença de Parkinson.

"É com grande tristeza que o ator Sir Ian Holm faleceu esta manhã aos 88 anos. Morreu pacificamente no hospital, com a sua família e cuidador [...] Fascinante, gentil e ferozmente talentoso, sentiremos imenso a sua falta", destacou.

"Momentos de Glória" (1981)

Ian Holm era um dos rostos mais reconhecidos do cinema britânico, o que começou com filmes como "Alien - O Oitavo Passageiro" (1979), onde era o traiçoeiro tripulante Ash.

"Momentos de Glória" (1981), como o treinador Sam Mussabini, valeu-lhe um BAFTA de Melhor Ator Secundário da Academia de Cinema Britânica e a correspondente nomeação para os Óscares.

Após muitas presenças secundárias e um raro e muito elogiado papel como protagonista em "O Futuro Radioso" (1997), "O Senhor dos Anéis" (2001-2003) trouxe-lhe uma nova geração de admiradores a nível mundial.

Nos gigantescos sucessos de bilheteira e marcos do cinema realizados por Peter Jackson, premiados com 17 Óscares, o ator destacava-se como o hobbit Bilbo Baggins, que encontrava o anel sem conhecer a sua macabra história.

Como Bilbo era o autor do "livro" "O Hobbit" na saga literária criada por J. R. R. Tolkien, Peter Jackson recuperou o ator para uma pequena participação na segunda trilogia (2012-2014).

O último filme, "A Batalha dos Cinco Exércitos" (2014), foi a despedida da carreira.

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No início deste mês, Ian Holm já não se juntou à reunião virtual dos atores dos filmes, mas mandou uma mensagem: "Tenho pena de não vos ver em pessoa, sinto a falta de todos e espero que as vossas aventuras vos tenham levado a muitos locais, estou em quarentena na minha casa 'hobbit'".

Nascido a 12 de setembro de 1931, começou a carreira nos palcos em 1957 e brilhou ao serviço da Royal Shakespeare Company e ganhando prémios pela interpretação de Henrique V em 1965.

Apesar de um afastamento por medo dos palcos em 1976, foi ainda reconhecido pelo trabalho com o dramaturgo Harold Pinter e um regresso como Rei Lear em 1997.

Aumentando a presença na televisão e no cinema, destacam-se na carreira filmes como "Greystoke - A Lenda de Tarzan o Rei da Selva" (1984), "Brazil: O Outro Lado do Sonho", "Wetherby", "Sonhos de Criança" e "Dança Fatal" (todos de 1985), Henrique V" (1989), "O Festim Nu" (1991), "Kafka" (1991), "A Loucura do Rei George" (1995), O 5º Elemento" (1997), "Existenz" (1999), "O Aviador" (2004), "O Dia Depois de Amanhã" (2004), "Garden State" (2004), "Ratatui" (2008) e a série "The Lost Boys" (1978).

O ator deixa cinco filhos de várias relações e casou quatro vezes. A terceira esposa foi Penelope Wilton (Isobel Crawley em "Downton Abbey"), com quem trabalhou na minissérie "The Borrowers" (1992).

Era casado desde 2003 com a artista Sophie de Stempel, que partilhou várias pinturas e imagens dos seus últimos dias nas redes sociais.