Para muitos amantes de cinema, Super-Homem será sempre Christopher Reeve. E o mesmo se pode dizer da Lois Lane interpretada por Margot Kidder.

A atriz do Canadá interpretou a personagem em quatro filmes, embora concorde com os que pensam que só os dois primeiros são bons: "Super-Homem", de 1978, e "Superman II: A Aventura Continua", lançado dois anos mais tarde.

Bastante crítica do despedimento do realizador Richard Donner durante a rodagem do segundo filme, Kidder viu o seu papel ser bastante reduzido em "Superman III" (1983) como retaliação, e despediu-se da saga com o falhanço que foi "Superman IV: Em Busca da Paz" (1987), que "não tinha um bom argumento".

Ainda assim, a antiga intérprete da intrépida jornalista do Daily Planet, agora com 67 anos e praticamente retirada do cinema, rejeitou a ideia que os fãs preferem o filme original por causa da sua química com Christopher Reeve.

O problema, defendeu numa entrevista ao HeyUGuys, é a forma como as mais recentes versões de "Super-Homem" abordam a ideia original.

"As pessoas recordam sempre porque esse filme [de 1978] era mais bem escrito e dirigido. Regressam sempre a ele porque era muito mais fiel aos 'comic books'. As crianças aprendem o conto moral de Jesus de uma forma: um tipo longe do pai, às voltas na Terra e é esta pessoa puramente boa. Se for por aí, o Super-Homem apela às mulheres salvando-as, salva as crianças, derrota os maus. É muito mais simples do que os filmes mais tarde fizeram crer. Acho que existiu uma decisão cínica da parte dos estúdios, que agora são propriedade de grandes multinacionais como tudo o resto no planeta.  (...) Acredito que o que aconteceu é que eles decidiram chegar aos adolescentes do novo milénio nos filmes mais recentes. Acho que os realizadores e os atores são bons, mas estava ausente a abordagem básica".

A forma como retratam Lois Lane em "Homem de Aço" (2013) e "Batman v Super-Homem: O Despertar da Justiça" (2016) também está errada, defendeu.

"Pegam numa das melhores atrizes americanas da atualidade, Amy Adams, e não lhe deram nada para fazer! Não é estúpido? Fizeram-na o que costumava ser a namorada, o que acabou mais ou menos nos anos 1960 com os movimentos dos direitos das mulheres".