Entrar em rios gelados, dormir em carcaças de animais, comer fígado de bisonte e constante perigo de hipotermia foram algumas das experiências vividas por Leonardo DiCaprio durante a rodagem de "The Revenant: O Renascido".

"Posso indicar 30 ou 40 cenas que foram algumas das coisas mais difíceis que alguma vez tive de fazer", confessou a estrela de 40 anos, já nomeada cinco vezes para os Óscares, numa recente entrevista.

O novo filme de Alejandro González Iñárritu estreia no dia de natal nos EUA (21 de janeiro em Portugal) e é visto como o derradeiro candidato aos Óscares, o que o colocaria na corrida apenas um ano após ganhar os prémios da Academia com "Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)".

Inspirado por factos verídicos nos anos 20 do século XIX envolvendo o lendário explorador Hugh Glass (DiCaprio), brutalmente atacado por um urso e deixado como morto pelos seus companheiros de caça, "The Revenant" retrata a sua luta pela sobrevivência e o regresso à civilização em grande sofrimento, guiado pela sede de vingança contra um dos seus companheiros de expedição (Tom Hardy) e o amor da família.

As condições extremas da rodagem ao longo de nove meses nos Canadá e Argentina, para onde a produção teve de se mudar à pressa para ter acesso a neve, que levaram várias pessoas da equipa técnica a desistir, já fazem parte da lenda em Hollywood: a história foi filmada em sequência, dependendo das condições meteorológicas, recorrendo à luz do dia e sem efeitos especiais.

Di Caprio acha que valeu a pena.

"É poesia épica, uma jornada existencial através da natureza, e este homem a encontrar uma vontade de viver contra todas as probabilidades. E no entanto, ele muda, a natureza muda-o e e penso que essas condições o mudaram enquanto fazíamos o filme."

E em relação ao fígado, promete: " Certamente que não como fígado de bisonte cru com frequência. Quando virem o filme, vão ver a minha ração porque Alejandro manteve-a [na montagem final]. Diz tudo. Foi uma reação instintiva".