Enquanto a indústria começa a retomar as produções de filmes e séries interrompidas pela COVID-19, um projeto prepara-se para ter como protagonista uma atriz imune à ameaça: chama-se Erica e é uma robô com Inteligência Artificial.

Erica será a protagonista de "b", um filme de ficção científica com um orçamento de 70 milhões de dólares que os seus produtores dizem ser o primeiro centrado num ator com Inteligência Artificial.

Estão envolvidas no projeto empresas que financiaram outros filmes invulgares: "To the Bone / Até aos Ossos" (2017), adquirido pela Netflix, que se centrava na luta de uma mulher contra a anorexia, e "Loving Vincent / A Paixão de Van Gogh" (2017), a primeiro longa-metragem realizada inteiramente com pintura a óleo, em que 65 mil quadros retratavam a história do famoso artista a partir de cenas filmadas por atores.

Ainda sem realizador ou atores de carne e osso, a história de "b" andará à volta de um cientista que descobre os perigos de um programa que criou para aperfeiçoar o ADN humano e ajuda a mulher com Inteligência Artificial que criou (Erica) a fugir.

Erica já gravou algumas das suas cenas no japão no ano passado e os produtores esperam retomar o que falta na Europa a partir de junho de 2021.

Segundo o The Hollywood Reporter, a "atriz" originalmente foi criada pelos cientistas japoneses Hiroshi Ishiguro e Kohei Ogaw no âmbito dos estudos de robótica das universidades de Osaka e Quioto. Está disponível um vídeo de apresentação de 2018 no YouTube.

Erica também já tem a sua própria página no famoso IMDB (Internet Movie Database) e foi ensinada a representar e a seguir os princípios conhecidos como o Método à inteligência artificial.

Sam Khoze, supervisor de efeitos visuais que é um dos autores da história, destaca uma diferença.

"Noutros métodos de representação, os atores incluem as suas próprias experiências de vida no papel. Mas Erica não tem experiências de vida. Ela foi criada do zero para fazer o papel. Tivemos que simular os seus movimentos e emoções através de sessões individuais, como controlar a velocidade dos seus movimentos, conversar através dos seus sentimentos e treinar o desenvolvimento de personagens e a linguagem corporal", esclareceu.

Erica até já tem outro tipo de experiência habitual em Hollywood: estava previsto que a sua estreia fosse noutro projeto que deveria ter sido realizado por Tony Kaye (de "América Proibida") e não seguiu em frente por questões de agenda.

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