A Comcast anunciou esta quinta-feira que não vai apresentar uma nova proposta para comprar ativos-chave de cinema e televisão da 21st Century Fox, de Rupert Murdoch.

Em comunicado, o grupo americano anunciou que opta por virar as atenções para a aquisição do grupo de televisão britânico Sky, autorizada recentemente pela Comissão Europeia, e dá os parabéns a Bob Iger [CEO] e a equipa da Disney, elogiando ainda a família Murdoch e a Fox por criarem uma empresa que se tornou tão respeitada e cobiçada.

A decisão estende uma passadeira vermelha para a fusão entre Disney e Fox, que inclui, entre outros ativos, o estúdio de cinema 20th Century Fox, atualmente o terceiro maior de Hollywood, bem como o estúdio que produz as séries de TV e o vasto catálogo de títulos de ambos.

A Marvel, detida pela Disney, voltará por exemplo a tomar posse dos direitos da saga "X-Men".

Disney e Fox tinham chegado inicialmente a acordo em dezembro para uma aquisição avaliada em 52,4 mil milhões de dólares [44,3 mil milhões de euros], mas a Comcast, dona da NBCUniversal, avançou com uma proposta "não solicitada de 65 mil milhões [56,11 mil milhões de euros] a 14 de junho. Seis dias mais tarde, a Disney aumentou a parada para 71,3 mil milhões de dólares [61,53 mil milhões de euros], que a Fox aceitou outra vez.

Os analistas esperavam que a Comcast não se desse por derrotada, constando que estaria à procura de um parceiro comercial, mas o facto de o Departamento de Justiça nos EUA ter aprovado o acordo entre Disney e Fox mediante algumas condições também significava que a nova oferta teria de ser de um valor quase irrecusável para a família Murdoch e outros acionistas da Fox.

O interesse principal no gigantesco negócio é a escala crescente em redor dos conteúdos e distribuição: qualquer que fosse a decisão final, o resultado seria sempre uma megafusão que abanará o mundo do entretenimento e dos media.