O "Festival Novos Realizadores, Novo Cinema" (FEST) arranca em Espinho, a 18 de junho, e terá mais de 190 filmes em competição, além de uma secção paralela com filmografia da Coreia do Norte, Japão, Áustria e Suécia.

Até 25 de junho, a 14.ª edição do evento também abrange um fórum de 'pitching' por onde passarão mais de 20 projetos nacionais à procura de apoios por produtoras europeias como a Goldcrest ou a Envy, e incluirá igualmente o programa de formação "Training Ground", para o qual já foram anunciados 'workshops', 'masterclasses', palestras e debates por profissionais de renome internacional, como o cineasta Asghar Farhad, o realizador e produtor Roman Coppola e a editora e produtora Gabriella Cristiani.

"Cruzando os universos do documentário, da ficção e do cinema experimental, o FEST integrará ainda uma secção infantojuvenil dedicada às famílias (o FESTinha), uma competição nacional de curtas-metragens (o Grande Prémio Nacional) e um prémio para obras de realizadores a saírem das faculdades (NEXXT)", revela hoje fonte da organização.

Decorrendo em quatro espaços distintos da cidade de Espinho, a edição de 2018 visa assim exibir e premiar "alguns dos mais inovadores e essenciais trabalhos lançados nos últimos 12 meses" em cerca de 40 países - no que se incluem filmes de "mais de 50 escolas de cinema", de diferentes nacionalidades.

Cada categoria competitiva estará focada num determinado estilo ou formato, mas o elemento comum aos 190 filmes em concurso será sempre "a procura de novos discursos cinematográficos e novas interpretações da Sétima Arte".

Somando à competição as sessões de visionamento, pelo FEST passarão assim cerca de 235 filmes, entre os quais a organização começa por destacar "Winter Brothers" (foto), que é a primeira longa-metragem do islandês Hlynur Palmason e que, acompanhando a vida diária de dois irmãos num inverno rigoroso, foi uma das obras "mais badaladas da última edição do Festival de Locarno" e arrecadou aí mais de 20 prémios.

"Blue My Mind", por sua vez, assinala a estreia de Lisa Brühlmann nas longas de ficção, com "uma visão surreal sobre as mudanças na adolescência e um impressionante grupo de jovens atores", enquanto "Mobile Homes", com que Vladimir Fontenay abriu a Quinzena dos Realizadores em Cannes, contará a história de uma família à procura de uma nova vida.

Em "Photon", Normal Leto propõe um cruzamento entre ciência, ficção-científica e documentário; em "I'm not a witch", Rungano Nyoni estreia-se nas longa-metragens com um retrato impressionista sobre a superstição numa pequena aldeia da Zâmbia; em "Killing Jesus", Laura Morna aborda a vingança pessoal de uma família a braços com a violência da cidade de Medellín; em "Blockade", Mohsen Gharaei expõe a corrupção e hipocrisia do moderno Teerão pelo olhar de Mohsen Gharaei; e, em "Lemonade", Iona Uricaru estreia-se com a denúncia da hostilidade do sistema de imigração norte-americano.

Ainda segundo fonte do FEST, na categoria de documentário irão sobressair depois três outros filmes: o testemunho de exilados árabes sobre as guerras do Iraque e da Síria, em "Sand and Blood", de Matthias Krepp e Angelika Spangel; a polarização político-social da Polónia e a sua viragem à Direita, em "The Celebration - Das Impreza", de Alexandra Wesolowski; e o retrato documental de um pioneiro do cinema europeu, em (Rino) "Lupo", de Pedro Lino.