O estudo de género, feito pela investigadora Stacy L. Smith, da Universidade do Sul da Califórnia, revelado na quinta-feira, indica que em 2019 os cem filmes mais lucrativos foram assinados por 113 pessoas, 12 das quais mulheres (10,6%).

A investigação incidiu ainda sobre os 1.300 filmes mais lucrativos nos Estados Unidos, feitos entre 2007 e 2019, e revelam que a percentagem de mulheres realizadoras foi muito variável, mas registou um número recorde no ano passado.

"O começo de uma nova década traz com ela a esperança de que o número de contratações de mulheres realizadoras na indústria do entretenimento finalmente mudou", lê-se na investigação.

As 12 mulheres que fizeram alguns dos filmes mais lucrativos de 2019 foram Anna Boden, Gail Mancuso, Greta Gerwig, Jennifer Lee, Jill Culton, Kasi Lemmons, Lorene Scafaria, Marielle Heller, Melina Matsoukas, Olivia Wilde, Roxann Dawson e Tina Gordon.

A título de exemplo, Jennifer Lee correalizou, com Chris Buck, a animação "Frozen II - O reino do gelo", Greta Gerwig assinou uma nova adaptação literária de "Mulherzinhas", e Anna Boden coassinou, com Ryan Fleck, "Capitão Marvel", protagonizado por Brie Larson.

"É a primeira vez que vimos uma mudança na prática de contratação de realizadoras em 13 anos", afirmou Stacy L. Smith, sublinhando que "ainda é preciso um grande progresso para atingir a paridade para as mulheres, atrás das câmaras".

Entre os dados analisados, a investigadora destaca o facto de os estúdios Universal Pictures - dirigidos por Donna Langley - terem tido cinco filmes realizados por mulheres na lista dos 100 mais lucrativos em 2019.

Em matéria de nomeações para prémios nos Estados Unidos, incluindo Globos de Ouro, Óscares, prémios da Associação de Realizadores dos Estados Unidos e da Associação de Críticos, o estudo indica que, entre 2008 e 2020, 94,9% das nomeações na área da realização foram para os homens e 5,1% para mulheres.

Ou seja, naquele período, quatro mulheres foram nomeadas para melhor realização: Angelina Jolie, Ava Duvernay, Greta Gerwig e Kathryn Bigelow. Apenas esta última foi premiada, pelo filme "Estado de Guerra" (2008).

"Verificamos que as conquistas das mulheres atrás das câmaras ainda não são entendidas ou celebradas entre pares e pela imprensa. Enquanto não quebrarmos o esterótipo de quem pode ser reconhecido como realizador, nunca veremos uma mudança nesta área", sublinhou a investigadora.

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