O realizador Whit Stillman desloca-se no tempo e no espaço para desfilar as suas predileções estilístico-temáticas através de uma adaptação de uma obra de Jane Austen. É a epistolar “Lady Susan” quem fornece a história, enquanto o título, “Love & Friendship / Amor & Amizade”, vem de outro registo da autora.

Apesar de adaptada à beira da banalização, a obra de Stillman tem sido encarada como um sopro de ar fresco no cinema baseado em Austen e, de um modo geral, apreciado como um casamento feliz entre as comédias de costumes do Herói Independente do ano passado do Indielisboa com as sagazes observações da escritora britânica sobre a sociedade do seu tempo.

O filme reúne novamente a dupla de “As Noites Loucas do Disco" (1998), Kate Beckinsale e Chloë Sevigny, para contar a história de uma aristocrata manipuladora e sem grandes escrúpulos que circula nos altos meios à procura de dois maridos – um para a filha, outro para ela própria.

Na literatura, a protagonista apareceu como inovadora – uma mulher do século XIX não só bela como inteligente, ativa e amoral; aqui cabe descobrir a leitura feita por Stillman 200 anos depois.

Das passarelas da nobreza inglesa para a solidão da grande metrópole latino-americana, “Desde Alla” traz a história do proprietário de um laboratório de próteses dentárias que procura por rapazes em paragens de autocarro. Até que um dia conhece um líder de um pequeno gangue de rua, estabelecendo uma relação que vai mudar as suas vidas.

O filme do venezuelano Lorenzo Viga foi o grande vencedor do Leão de Ouro no último Festival de Veneza (setembro de 2015) num ano em que o certame italiano contribuiu com uns tantos títulos para evento lisboeta – que inclui ainda “Boi Néon” e “As I Open My Eyes”.

Na equipa estão alguns pesos pesados do cinema latino-americano – como o coargumentista e coprodutor Guillermo Arriaga (parceiro de Alejandro Iñárritu nos seus primeiros filmes) e o coprodutor Michel Franco – atualmente em cartaz em Portugal com “Chronic”, vencedor do prémio de Melhor Argumento em Cannes.

De um longo circuito de festivais vem “Robert Frank – Don’t Blink”, de Laura Israel, que se debruça sobre o célebre fotógrafo e documentarista da lendária geração 'beatnik' americana. Frank, aos 91 anos, contribuiu com o seu próprio depoimento para o filme.

“Journal d’Hérésie”, por seu lado, inaugura o Indie Music com o realizador francês Benoît Bourreau seguindo as pisadas de Jean-Luc Godard e o seu célebre “Sympathy for the Devil”.

Aqui ele tenta captar o processo de criação reunindo numa mesma residência o guitarrista dos Sonic Youth, Thurtson Moore, o DJ de 'Trance Music' Andy Moor e seu parceiro de trabalho ocasional, o poeta e 'performer' Anne-James Chaton.

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