A opinião da crítica e do público em relação à sua carreira é consistente: mesmo os filmes que causaram menos impacto (
«Sala de Pânico»,
«O Jogo» ou mesmo
«Zodiac») são considerados obras cinematográficas de enorme qualidade e sempre com o selo de originalidade narrativa e meticulosidade cinematográfica que
David Fincher tão bem sabe deixar.

O realizador começou a fazer filmes aos oito anos com uma câmara de 8mm e foi contratado aos 18 para fazer trabalhos menores na Industrial Light and Magic. Logo a seguir experimentou a publicidade, tornando-se um dos mais importantes nomes do meio, o que sucedeu igualmente na área dos videoclips, com trabalhos importantes para nomes como
Madonna,
Michael Jackson ou Aerosmith.

Foi assente na força desses trabalhos que Fincher foi contratado para realizar
«Alien 3 - A Desforra» (1992), numa produção que deixou amargos de boca a todos os envolvidos, com disputas constantes com o estúdio por questões de orçamento, duração e falta de controlo sobre a montagem.

Após três anos de interregno, em que voltou às antigas actividades, Fincher regressou em força ao cinema com o seu primeiro grande êxito de crítica e bilheteira,
«Se7en – Sete Pecados Mortais», com
Brad Pitt,
Morgan Freeman e
Kevin Spacey a darem todos um salto acima nas respectivas carreiras.

O filme seguinte,
«O Jogo» (1997), foi moderadamente bem recebido, mas foi só com
«Clube de Combate» (1999) que o cineasta confirmou que era um cineasta para levar mesmo a sério, numa das obras mais polémicas e marcantes da década. Película niilista e de um humor muito negro, tornou-se imediatamente um filme de culto, que o tempo só tem vindo a engrandecer.

Desde logo Fincher aprendeu a orientar-se no sistema de estúdios, conseguindo alternar fitas de notório interesse comercial com outras mais individualizadas, mas deixando mesmo assim a sua marca bem impressa nas primeiras, como sucedeu no claustrofóbico
«Sala de Pânico» (2002).

«Zodiac»(2007) voltou a mostrar o seu perfeccionismo quase obsessivo, que também foi visível em
«O Estranho Caso de Benjamin Button», que conseguiu finalmente convencer a Academia, valendo-lhe nada menos que 13 nomeações aos Óscares, incluindo a primeira de Fincher para Melhor Realizador.

Com
«A Rede Social» a revelar-se um dos maiores sucessos de crítica do ano e a valer-lhe o Globo de Ouro de Melhor Realizador, David Fincher chega à 83ª edição dos Óscares como um dos favoritos à estatueta dourada. Actualmente, está a rodar uma versão norte-americano do primeiro romance da saga «Millennium», de Stieg Larsson.