O estúdio Warner Bros. voltou atrás na sua decisão de "matar" mais um filme, que estava pronto a estrear.

A imprensa especializada norte-americana avança que o destino de "Coyote Vs. Acme" já não será ir parar a um cofre sem nunca mais ver a luz do dia.

O filme com Will Forte, John Cena e Lana Condor, que mistura imagem real e animação, é inspirado pela personagem da série de curtas-metragens de animação Looney Tunes e um artigo de humor da revista "New Yorker".

A decisão terá sido tomada após uma vaga de protestos públicos e em privado de cineastas e artistas revoltados com o estúdio, que se preparava pela terceira vez para fazer a manobra contabilística de assumir um prejuízo de atividade e pagar menos impostos, tal como aconteceu com "Batgirl" e a animação "Scoob Holiday Haunt!", cancelados em agosto de 2022.

Segundo o Deadline, "Coyote Vs. Acme" vai ser colocado à venda e visionamentos serão organizados esta semana para os potenciais interessados: Amazon Prime Video, Apple e Netflix.

A Amazon estará na dianteira e não apenas por já ter três filmes por lançar com John Cena: Courtenay Valenti, Chefe de Cinema, Streaming e Teatro da Amazon Studios e MGM, foi uma grande apoiante do filme durante a altura em que trabalhou na Warner Bros.

Na semana passada, a Warner tinha anunciado o cancelamento de "Coyote Vs. Acme" por causa de uma mudança estratégica e depois de o retirar do calendário de estreias, atribuindo a data de 21 de julho de 2023 a "Barbie", que se tornou o mais sucesso de bilheteira da sua história.

“Com o relançamento da Warner Bros. Pictures Animation em junho, o estúdio mudou a sua estratégia global para se focar em lançamentos em sala de cinema. Com este novo rumo, tomámos a difícil decisão de não avançar com 'Coyote vs. Acme'. Temos um enorme respeito pelos cineastas, elenco e equipa técnica e estamos gratos pelas suas contribuições para o filme", avançava o comunicado oficial.

Realizado por David Green e com um argumento que tem a mão de James Gunn, realizador de "Guardiões da Galáxia" e um dos presidentes da DC Studios, o filme teve sessões de teste com público muito boas, com resultados 14 pontos acima do que é normal para o género destinado a toda a família.

Uma das muitas reações positivas que foram partilhadas nas redes sociais após ser conhecida a decisão de cancelar foi a de BenDavid Grabinski, 'showrunner' da série "Scott Pilgrim Takes Off", que lhe chamou "o melhor do seu género desde 'Quem Tramou Roger Rabbit?'", de 1988.

"'Coyote Vs. Acme' é um grande filme. O melhor do seu género desde 'Roger Rabbit'. É comercial. Teve bons testes. Os protagonistas são super simpáticos. Está filmado de forma linda. A animação é excelente. O final comove toda a gente. Pensava que o objetivo deste negócio era fazer filmes de sucesso? isto deixa-me doido. É um grande filme. Baseia-se numa propriedade intelectual imensamente popular. É feito para toda a gente gostar. O que é que andamos a fazer? Realmente não sei como passamos para [...] filmes comerciais extremamente eficazes serem apagados para fins fiscais. Nunca vou perceber isto", escreveu no X, antigo Twitter.

Sem surpresa, o realizador Dave Green dizia estar arrasado com a decisão.

"Durante três anos, tive a sorte de fazer um filme sobre Wile E. Coyote, a personagem mais persistente, emocionante e resiliente de todos os tempos. Estive rodeado por uma equipa brilhante, que durante anos dedicou a sua alma a este projeto. Estávamos todos determinados a honrar os legados destas personagens históricas e realmente conseguimos. Ao longo do percurso, fomos acolhidos por públicos-teste que nos recompensaram com pontuações fantásticas. Estou muito orgulhoso do produto final e arrasado com a decisão da WB. Mas, no espírito de Wile E. Coyote, a resiliência e a persistência vencem", escreveu na rede social X.