Deixando para trás Batman e o mundo dos super-heróis, Ben Affleck prepara-se para levar ao cinema uma história verídica à volta de uma unidade secreta do exército americano que enganou as forças de Hitler com truques.

Após o sucesso nos Óscares com "Argo" (2012) e o menos conseguido "Viver na Noite" (2016), foi anunciado esta terça-feira pela Universal que vai ser o realizador e protagonista de "The Ghost Army".

O argumento é de Nic Pizzolato, criador da série "True Detective", baseado num livro e também num documentário da Netflix sobre uma unidade secreta do Exército dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial oficialmente designada como o 23º aquartel-general de Tropas Especiais, mas também conhecida por Exército Fantasma.

Esta força de 1100 soldados desembarcou em França em 1944 e atuou em vários locais da Europa usando táticas de dissimulação para passar por tropas verdadeiras e enganar as tropas alemãs sobre a dimensão e a localização das forças aliadas, que acabam por enviar reforços para os locais errados.

Entre os estratagemas estavam tanques, camiões, jipes, peças de artilharia insufláveis ou aviões de madeira minuciosamente recriados e reposicionados da noite para o dia para fazer parecer que as tropas americanas se tinham movimentado; flashes produzidos com cartuchos com pólvora para simular disparos, atraindo assim o fogo inimigo para longe da artilharia americana; efeitos sonoros de ruídos de tanques, camiões e até de montagem de pontes flutuantes; multiplicação de forças, transmissões de rádio e quartéis-generais falsos.

As encenações também passavam por despachar homens em camiões sempre a dar voltas, criando a ilusão da chegada de muitas tropas, frequentar cafés para espalhar rumores entre os espiões e até visitar cidades vestidos de generais.

Esta campanha, mantida secreta até 1996, terá salvo milhares de vidas americanas, e após a guerra, vários dos jovens tornaram-se reconhecidos escultores, pintores, estilistas, músicos e fotógrafos.