O jornal selecionou “11 filmes que é preciso ver” no festival, que exibe este ano 25 longas e dez curtas-metragens, de 29 países dos cinco continentes.

Na lista, publicada no ‘site’ do jornal, surgem “Djon África”, de Filipa Reis e João Miller Guerra, e “A Fábrica de Nada”, de Pedro Pinho. No artigo do The New York Times lê-se que, “nos anos recentes, Portugal emergiu como um laboratório de experimentação cinematográfica, produzindo híbridos fascinantes e ambiciosos de documentário e ficção que abordam o legado colonial do país, as suas tradições culturais, o estado da classe trabalhadora e muito mais”.

“A Fábrica de Nada”, que o jornal norte-americano considera “espantoso”, estreou-se em maio do ano passado, no Festival de Cannes, França, onde venceu o prémio da crítica.

O filme, de ficção, foi construído em conjunto com Luísa Homem, Leonor Noivo, Tiago Hespanha, a partir de uma ideia de Jorge Silva Melo e da peça de teatro "A Fábrica de Nada", de Judith Herzberg.

“A Fábrica de Nada”, interpretado por atores e não atores, segue a vida de um grupo de operários que tentam segurar os postos de trabalho, através de uma solução de autogestão coletiva, e evitar, assim, o encerramento de uma fábrica.

O The New York Times considera-o “um estudo quase clínico das condições de trabalho e descontentamento laboral”, referindo que, Pedro Pinho, “filmando em 16 milímetros, funde nostalgia com um sentido militante de novidade”.

“Djon África”, primeira longa-metragem de ficção de Filipa Reis e João Miller Guerra, estreou-se em janeiro no Festival Internacional de Cinema de Roterdão, na Holanda.

Os realizadores voltaram à história de Miguel Moreira, jovem português descendente de imigrantes cabo-verdianos, que já tinha sido aflorada no documentário "Li Ké Terra", e filmaram uma ficção rodada entre o Casal da Boba, na Amadora, e Cabo Verde.

No filme, Djon África, a personagem que se pode confundir com a vida real de Miguel Moreira, viaja para Cabo Verde em busca das raízes familiares e do pai, que não conheceu.

Para o jornal norte-americano, “Djon África”, “atinge um outro tipo de fusão”, diferente da de “A Fábrica de Nada”.

“Um ‘road movie’, que passa pelos bosques do passado imperialista de Portugal e pelo presente de Cabo Verde, misturando nostalgia e exuberância, e encontra um sentido anárquico de possibilidade num mundo de dor e injustiça”, lê-se no artigo.

Além de “A Fábrica de Nada” e “Djon África”, serão ainda exibidos, na 47.ª edição do "Novos Realizadores/Novos Filmes", a curta-metragem portuguesa “Coelho Mau”, de Carlos Conceição, e a coprodução entre França e Portugal “Milla”, de Valérie Massadian.

O festival, que se inicia hoje e decorre até 8 de abril, no Lincoln Center e no Museu de Arte Moderna (MoMA), “celebra realizadores que representam o presente e antecipam o futuro do cinema”.

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