"A Forma da Água" está na corrida a 13 Óscares, sendo de longe o favorito para a cerimónia de 4 de março.

Nomeado para a maioria das categorias artísticas disponíveis, tudo parece espetacular, dos cenários à fotografia e guarda-roupa. Só que Guillermo del Toro confirmou que a rodagem foi "horrível" porque ele e a sua equipa basicamente não tinham dinheiro para nada.

"Foi horrível de filmar", confirmou o realizador mexicano ao britânico Den of Geek sobre a sua nova fábula cinematográfica.

"Logisticamente. Em termos artísticos foi excelente - os atores, o trabalho de câmara, os cenários, tudo lindo. Mas todos os dias não tínhamos tempo, não tínhamos dinheiro. Se tínhamos um cenário que não precisava mais do que duas paredes, eram duas paredes", recordou.

ÓSCARES 2019

  • São oito os títulos na corrida a Melhor Filme: "Roma" e "A Favorita" (dez nomeações), "Assim Nasce Uma Estrela" e "Vice" (oito), "Black Panther" (sete), "BlacKKKlansman: O Infiltrado" (seis), "Bohemian Rhapsody" e "Green Book: Um Guia Para a Vida" (cinco)
  • A 91ª cerimónia realiza-se a 24 de fevereiro no Dolby Theatre de Los Angeles, às 17 horas locais (uma da manhã em Portugal)
  • Pela primeira vez desde 1989, não haverá anfitrião
  • Os Óscares honorários desta edição já foram entregues à atriz Cicely Tyson, aos produtores Kathleen Kennedy e Frank Marshall, ao compositor Lalo Schifrin e o relações públicas Marvin Levy

As restrições orçamentais obrigaram a fazer tudo com as coisas mais básicas, acrescentou, dando exemplos caricatos como o de rodar uma cena importante com um pavimento de apenas metro e meio ou a carrinha conduzida pela personagem de Richard Jenkins ser tão má que avariou.

"Só tínhamos o que precisávamos. Estávamos constantemente a maximizar, ao ponto de apenas termos um Cadillac. Normalmente temos dois que são idênticos para podermos estragar um, mas não podíamos. Dissemos 'se vamos estragar o Cadillac, temos de filmar por ordem' porque não tínhamos dinheiro para reparar", salientou o realizador de 53 anos.

Segundo del Toro, só assim foi possível fazer uma fábula fantástica à volta de uma muda (Sally Hawkins) que trabalha como empregada de limpeza num laboratório secreto que se apaixona por uma criatura misteriosa que vive num tanque de água.

Foi essa a lição, explicou ao seu interlocutor, do seu filme anterior: "Se pudesse voltar atrás com 'Crimson Peak: A Colina Vermelha' [2015], tê-lo-ia feito por 20 milhões de dólares. Porque assim coloco o estúdio numa posição melhor para o promover como um romance gótico. Apenas precisavam de fazer 60 milhões [para ter lucro], percebe? Mas se o faço por 55 milhões, coloco o estúdio na posição impossível de ter de fazer 155 milhões  e têm de o promover como um filme de terror. Portanto, a culpa não é deles - sou eu a criar uma situação que é impossível para eles. A solução é, podemos fazer estes filmes por um valor que é razoável? 30 milhões, menos de 30, menos de 20."

"É por isso que 'A Forma da Água' tem aspeto de ter custado 60 milhões, mas foi feito por 19,5. Não é um filme de grande orçamento", concluiu.

Trailer.

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