Aaron Sorkin tentou convencer o mundo que um presidente norte-americano poderia ser perfeito com a série "Os Homens do Presidente". Num carta publicada pela revista Vanity Fair, o argumentista lamenta não ter conseguido proteger a família. "Bom, o mundo mudou na noite passada e eu não consegui proteger-nos", escreveu no texto dirigido à mulher Julia e à filha Roxy, de 15 anos.

"Esta é uma sensação terrível para um pai. E eu não vou tentar dourar a pílula – isto é verdadeiramente horrível", frisou Sorkin na carta escrita a quente, logo depois de serem conhecidos os resultados das eleições presidenciais.

"Está longe de ser a primeira vez em que o meu candidato não ganha (na realidade é a sexta), mas é a primeira vez que um porco verdadeiramente incompetente com ideias perigosas, sérios distúrbios mentais e sem qualquer conhecimento do mundo ou vontade de aprender ganha", escreve o norte-americano responsável também pelo guião de "Steve Jobs", filme de 2015 protagonizado por Michael Fassbender.

Aaron Sorkin, vencedor de um Óscar pelo filme "A Rede Social". foi o responsável por criar Bartlet,  personagem de "Os Homens do Presidente" interpretada por Martin Sheen. Na produção da NBC, o democrata do New Hampshire, Nobel da Economia, era conhecido por ter uma uma total integridade - muito diferente de Trump, alegam os criadores.

Para o guionista, a vitória do republicano é uma vitória dos "nacionalistas brancos, sexistas, racistas e palhaços". "Homens que não têm direito de chamar a si mesmos homens, que acham que as mulheres que aspiram a mais do que parecer giras são histéricas, feias e em tudo mais merecedoras do nosso desprezo do que da nossa admiração", frisa.

“F***-se, vamos lutar (Roxy, chega uma altura em que é preciso usar este tipo de linguagem e essa altura é agora) Nós temos poder, nós temos voz. Não temos maiorias na Câmara dos Representantes ou no Senado, mas temos representantes. […] A nossa família está suficientemente protegida dos efeitos de uma presidência Trump, mas vamos lutar pelas famílias que não estão. Vamos lutar pelo direito que a mulher tem de escolher. Vamos lutar pela Primeira Emenda [à Constituição dos Estados Unidos, que corresponde a uma declaração de direitos fundamentais] e vamos lutar sobretudo pela igualdade – não por uma garantia de resultados iguais, mas por uma garantia de oportunidades iguais. Vamos erguer-nos", escreve, sem rodeio, na carta.

Aaron Sorkin promete ainda que a batalha está só a começar e promete defender e proteger a família. "A batalha não acabou, ainda agora começou. O avô lutou na Segunda Guerra Mundial e quando ele regressou a casa este país deu-lhe a oportunidade de construir uma vida boa para a sua família. Não vou entregar à sua neta um país moldado por homens estúpidos e odiosos. As tuas lágrimas acordaram-me ontem à noite – [prometo que] nunca mais volto a adormecer", sublinha.

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