A Disney e uma junta escolhida pelo governador da Flórida Ron DeSantis chegaram a um acordo na quarta-feira (27) sobre a gestão da área onde fica o parque temático da empresa nesse estado do sudeste dos EUA, encerrando assim a disputa entre a gigante do entretenimento e o político republicano iniciada em 2022.

"Acredito que, com este acordo, que é completo e significativo, estamos ansiosos para trabalhar com a Disney", declarou Charbel Barakat, vice-presidente da junta, após anunciar a notícia durante uma reunião.

A empresa e DeSantis entraram em choque após a Disney criticar uma lei estadual que proíbe o ensino de assuntos relacionados com orientação sexual e identidade de género nas escolas do estado americano.

Depois desses comentários, DeSantis nomeou uma junta para dirigir o distrito especial concedido à Disney nos anos 1960 no seu parque temático nos arredores de Orlando, que a companhia administrava como um governo local.

O acordo desta quarta anula disposições firmadas pela empresa justo antes da cessão do controlo do distrito. À época, a Disney garantiu com esse movimento que não precisaria de aprovação do conselho para construir edifícios na área ou renunciar a direitos de superfície.

Em resposta, a junta recorreu à Justiça estadual, iniciando a disputa legal resolvida agora.

"Temos o prazer de encerrar todos os litígios pendentes nos tribunais estaduais da Flórida entre a Disney e o Distrito de Supervisão de Turismo da Flórida Central", disse Jeff Vahle, presidente da Walt Disney World, em comunicado.

O acordo "atende aos interesses de todas as partes ao permitir um importante investimento continuado e a criação de milhares de postos de trabalho, diretos e indiretos", no estado, acrescentou.

DeSantis e Disney, que emprega mais de 75 mil pessoas na Flórida, ainda têm uma frente legal aberta num tribunal federal.

A companhia recorreu há pouco de uma sentença judicial que arquivava um processo apresentado contra o governador, no qual o acusava de agir por "vingança" política.

Mas a Disney solicitou o adiamento desse caso à espera de novas negociações com a junta, conforme anunciou esta última na reunião de quarta-feira.

DeSantis, que desistiu da sua candidatura nas primárias republicanas para as eleições presidenciais, ficou famoso por promover uma agenda conservadora e atacar políticos e empresas como a Disney, acusando-os de tentarem impor a sua ideologia progressista.