O artista, vencedor de um Grammy, com uma carreira de mais de 60 anos e que nunca deixou de fazer concertos, inclusive quando teve cancro da garganta, doença que o obrigou a parar de atuar na década de 1990, morreu em consequência de uma pneumonia num hospital de Austin, Texas, informou o seu empresário.

Cotton ganhou fama em Chicago como membro da Muddy Waters Band e durante a década de 1960 a sua harmónica despertou a curiosidade dos hippies que desejavam explorar as raízes blues do rock.

Ele abriu espetáculos para Janis Joplin e os Grateful Dead, além de ter colaborado com os Led Zeppelin.

O músico cresceu a trabalhar numa plantação de algodão do Mississípi e ficou órfão aos nove anos. Mas a sua mãe já lhe tinha apresentado a harmónica, com uma versão barata do instrumento para imitar os sons das galinhas e do comboios.

Ele ouviu o pioneiro do blues com a harmónica Sonny Boy Williamson II na rádio e foi levado por um tio para assistir a uma atuação do mestre, que se tornou seu mentor.

Cotton, que morou nos últimos anos em Austin, lançou o seu último álbum em 2013, "Cotton Mouth Man", uma obra semi-autobiográfica sobre a sua origem.