A decisão estará tomada e deverá ser divulgada esta terça-feira. O Festival da Eurovisão 2018 deverá ter lugar em Lisboa no MEO Arena, no Parque das Nações, avança o Observador.

A publicação adianta ainda, citando fontes próximas da organização, que as duas semifinais e a final do festival acontecerão entre o final de abril e o início de maio de 2018.

A RTP convocou para a tarde desta terça-feira uma conferência de imprensa onde serão anunciados o local e a data do evento e na qual vão estar representantes da União Europeia de Radiodifusão, a entidade que supervisiona a organização do evento.

A escolha sobre a cidade e o local que acolherá o Festival da Eurovisão tem dado muito que falar e várias cidades para além de Lisboa, como Espinho, Santa Maria da Feira, Guimarães, Braga ou Portimão se mostraram disponíveis para acolher o evento.

O Observador acrescenta ainda que a RTP já terá reservado o MEO Arena e que o acordo estará praticamente fechado.

Salvador Sobral, com "Amar pelos Dois", venceu o Festival Eurovisão da Canção deste ano com uma pontuação recorde na história do Festival, de 758 pontos. Como manda a tradição, em 2018, o evento irá realizar-se em Portugal.

Em Portugal, custos abaixo da média

Portugal pode entrar na história da Eurovisão, organizando o festival da canção a custos inferiores à média dos últimos cinco anos, que ronda os 25 milhões de euros, defendeu o investigador Jorge Mangorrinha, em declarações à agência Lusa.

Para o professor universitário, investigador, autor e coordenador de vários estudos sobre os festivais da canção, o Eurofestival, em Portugal, deve ser organizado “criativamente, com base num orçamento mais baixo do que a média dos últimos cinco anos, para que se quebre a tendência para valores elevados, e até para que, no futuro, todos possam ser capazes de sediar” o acontecimento.

O investigador da Universidade Lusófona, com doutoramento e pós-doutoramento nas áreas de Urbanismo e Turismo, que nos últimos dois anos efetuou um estudo sobre como Lisboa se deverá preparar para receber o festival, cita a edição de 2012, em Baku, no Azerbaijão, como uma das que teve orçamento mais elevado, com custos "acima dos 55 milhões de euros”, incluindo a construção de “uma nova arena de espetáculos”.

A partir desse ano, os valores desceram, afirma o investigador, exemplificando com os 42,4 milhões de euros gastos em Copenhaga, em 2014, os 38,5 investidos em Viena, em 2015, os 30 milhões investidos este ano em Kiev, e os 14 milhões gastos em Estocolmo, em 2016, o valor mais baixo dos últimos cinco anos.

Ou seja, a média dos custos de organização do festival, nestes anos, ronda os 25 milhões de euros, valor em que Portugal se pode basear, ou que pode mesmo baixar, através de "uma aposta minimalista, mas imaginativa" e “de parcerias”, que permitam organizar o certame com uma verba que Mangorrinha acredita poder ser “recuperada a curto, médio e longo prazo”, até porque "o investimento passa também pela rede ‘eurovisiva’ e pelas empresas, e não só pela RTP e pelo município".