Amir Raisian, advogado do músico de 32 anos, disse ao jornal iraniano Shargh que Toomaj Salehi saiu da prisão no sábado, depois de uma decisão do Supremo Tribunal iraniano.

Uma foto publicada na página do rapper na rede social Instagram, no sábado, mostra-o com um ramo de flores brancas na mão.

O popular rapper foi detido em outubro de 2022 e condenado a seis anos e três meses de prisão por “propaganda contra o sistema”, “perturbação da segurança”, “incitamento à violência” e “colaboração com Estados hostis à república islâmica”.

O músico foi condenado por ter demonstrado apoio, nas suas canções e nas redes sociais, ao movimento de contestação desencadeado pela morte de Mahsa Amini, em 16 de setembro de 2021.

A jovem curda morreu depois de ser detida pela polícia de costumes iraniana e levada para um “centro de reeducação”, por alegadamente não usar o véu islâmico (‘hijab’), de acordo com as normas em vigor.

Três dias depois, e quando ainda estava sob custódia policial, surgiu morta, situação que desencadeou protestos a nível nacional.

Sob as palavras de ordem “mulher, vida, liberdade”, milhares de manifestantes pediram o fim do regime teocrático do Irão, em protestos que se saldaram em 500 mortos, entre os quais sete executados (um dos quais em público), e milhares de detidos.

Toomaj Salehi, que apelou aos iranianos para protestarem contra o regime, também arriscava a pena de morte, mas acabou por ser condenado a uma pena mais leve.

Vários artistas estrangeiros expressaram a sua solidariedade com o músico.

O rap de Salehi, ele próprio de origem étnica bakhtiari, aborda a composição multiétnica do Irão, encorajando à unidade entre iranianos de diferentes origens étnicas.

“Nenhum de nós tem sangue de cor diferente”, escreveu o músico, na altura dos protestos. “Não se esqueçam da nossa incrível união e não permitam que criem divisão entre nós”, apelou, no Instagram.