"Há semelhanças, as mesmas coisas acontecem hoje em dia, infelizmente", disse McGregor numa conferência de imrpensa após a exibição do seu primeiro filme como realizador, adaptado da obra de Philip Roth e que recria, entre outros acontecimentos, os distúrbios raciais em Newark em 1967, quando morreram 26 pessoas.

Os comentários de McGregor foram feitos num momento de grande tensão na cidade de Charlotte (sudeste dos Estados Unidos), após a morte de um homem negro por um policial, depois de vários casos de brutalidade contra afro-americanos que provocaram indignação nos Estados Unidos nos últimos anos.

"Seria de esperar que aprendêssemos e seguíssemos em frente, mas parece que continuamos a andar em círculos", disse o ator conhecido pelos seus papéis em "Trainspotting", "Moulin Rouge" ou "Star Wars".

O filme não pretende ser uma crítica ao estado atual das coisas, destacou McGregor, que também atua no filme, ao lado de Jennifer Connelly e Dakota Fanning.

O ator disse que se apaixonou pela personagem a ponto de quer levá-la ao cinema.

"Pastoral Americana" é baseado no livro homónimo de Philip Roth, premiado com o Pulitzer, sobre uma família que desmorona quando a filha se une a grupos radicais nos Estados Unidos que protestavam de forma violenta contra a Guerra do Vietname.

Roth, que autorizou a adaptação, viu o filme e gostou, disse McGregor, que no entanto não conheceu pessoalmente o escritor.

Realizar representa um "peso de responsabilidade", destacou, antes de afirmar que só voltaria a trabalhar por trás das câmaras para contar "uma história que ame tanto como esta".

Jennifer Connelly elogiou a maneira de dirigir de McGregor, que lhe dava "liberdade para explorar" e contribuir para as personagens.

Empresário de sucesso depois de ter sido um atleta de destaque na faculdade, Seymour "Swede" Levov (interpretado pelo próprio Ewan McGregor) tem uma vida perfeita com asua esposa, ex-rainha da beleza interpretada por Jennifer Connelly.

Tudo cai por terra quando sua única filha, Merry, interpretada por Dakota Fanning, rejeita o modelo idealizado da sua vida e participa em ações violentas de protesto contra o envolvimento militar americano no Vietname.

O filme pinta um retrato complexo de um homem e uma geração face aos valores tradicionais que se desintegram nos anos 1960, com as tensões raciais e as grandes manifestações contra Vietname, assim como o escândalo de Watergate (1972) e a renúncia do presidente Richard Nixon anos depois.

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