Roman Polanski gostaria de regressar aos Estados Unidos desde que existam garantias para que não cumpra mais pena de prisão pela violação de uma rapariga de 13 anos em 1977, mas se depender das autoridades que o acusam, isso não vai acontecer.

Na resposta à moção apresentada pelo advogado do cineasta franco-polaco a 16 de fevereiro, o gabinete do Ministério Público do condado de Los Angeles diz que "o acusado tem muitas opções à sua disposição se regressar a esta jurisdição".

"Ele pode regressar a este tribunal e apelar a uma sentença favorável. Ele pode regressar a tribunal e apresentar uma moção para retirar o seu apelo e enfrentar a possibilidade de um julgamento em relação a todas as acusações originais. Ele pode apresentar um apelo de qualquer disposição do tribunal ao Tribunal de Apelo. Ele pode negociar com o Ministério Público", escreveu Michele Hanisee na contestação.

"O que ele não pode fazer é ditar decisões à distância enquanto se isola de quaisquer potenciais consequências adversas", acrescentou.

"A afronta à justiça é sofrida principalmente pelo Ministério Público, que é incapaz de litigar qualquer assunto para uma conclusão definitiva enquanto o acusado permanece um fugitivo e pode simplesmente recusar regressar se o tribunal decidir de uma forma que o acusado entendesse ser desfavorável", continua.

"O Ministério Público irá avaliar qualquer moção do acusado a partir do momento em que ele regresse a esta jurisdição", conclui o documento de 15 páginas da contestação apresentada em tribunal.

Os dois lados vão voltar a apresentar o seu caso à frente de um juiz a 20 de março.

Recorde-se que o premiado realizador de "O Pianista" e "Chinatown", com 83 anos, assegura ter alcançado um acordo com a Justiça há quase 40 anos, que o manteria fora da prisão, explicou o seu advogado, Harland Braun, à agência AFP.

A sua defesa pediu ao juiz de uma instância superior de Los Angeles que torne públicos documentos que confirmariam o acordo.

Polanski foi acusado de drogar Samantha Gailey antes de violentá-la na casa do amigo Jack Nicholson em 1977, em Los Angeles.

Ele confessou ter tido "relações sexuais ilegais" com uma menor, mas negou a violação como parte do acordo e ficou 42 dias preso numa penitenciária do estado da Califórnia, antes de ser libertado.

O realizador afirma que o juiz Laurence Rittenband negou o acordo em 1978 e disse aos promotores que ele devia cumprir uma pena de 50 anos. O cineasta fugiu para a Europa há quase 40 anos e, desde então, nunca mais voltou.

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