Melissa Barrera fez a primeira declaração nas redes sociais após ter sido despedida dos filmes "Gritos", acusada pelo estúdio de "discurso de ódio".

Na terça-feira,Variety, The Hollywood Reporter e Deadline avançaram que a razão para o despedimento foram várias partilhas nas redes sociais, algumas das quais interpretadas como antissemitas, após o agravamento do conflito entre Israel e Hamas na sequência do ataque de 7 de outubro.

Após ter recusado reagir quando saiu a notícia, a revista Variety avançou na quarta-feira que o estúdio Spyglass mudou de opinião para "contrariar uma narrativa que se estava rapidamente a consolidar à volta da decisão" em vários artigos e nas redes sociais: a de que Barrera tinha sido despedida por mostrar o seu apoio à causa palestiniana.

Melissa Barrera, protagonista da saga "Gritos", despedida por mensagens sobre Israel e Hamas
Melissa Barrera, protagonista da saga "Gritos", despedida por mensagens sobre Israel e Hamas
Ver artigo

O estúdio diz que as mensagens partilhadas pela atriz foram interpretadas como antissemitas: “A posição da Spyglass é inequivocamente clara: temos tolerância zero em relação ao antissemitismo ou ao incitamento ao ódio de qualquer forma, incluindo falsas referências ao genocídio, limpeza étnica, distorção do Holocausto ou qualquer coisa que ultrapasse flagrantemente a linha do discurso de ódio”.

Na sua declaração nas "Instagram stories", a atriz mexicana de 33 anos nunca se refere diretamente ao despedimento, mas reage à declaração do estúdio.

“Em primeiro lugar, condeno o antissemitismo e a islamofobia. Condeno o ódio e o preconceito de qualquer tipo contra qualquer grupo de pessoas”, escreveu Barrera no seu comunicado.

“Como latina, uma mexicana orgulhosa, sinto a responsabilidade de ter uma plataforma que me permite o privilégio de ser ouvida e, portanto, tenho tentado usá-la para aumentar a consciencialização sobre questões que me interessam e para emprestar a minha voz aos que estão em necessidade. Todas as pessoas nesta terra – independentemente da religião, raça, etnia, género, orientação sexual ou estatuto socioeconómico – merecem direitos humanos iguais, dignidade e, claro, liberdade", acrescentou.

“Acredito que um grupo de pessoas NÃO é a sua liderança e que nenhum órgão de governo deve estar acima de críticas. Rezo dia e noite para que não haja mais mortes, que não haja mais violência e que haja uma coexistência pacífica. Continuarei a falar em nome daqueles que mais precisam e a defender a paz e a segurança, os direitos humanos e a liberdade. O silêncio não é uma opção para mim”, concluiu.

Desde o agravamento da situação na Faixa de Gaza, a atriz tem estado muito ativa nas redes sociais. referindo-se a Israel como uma terra “colonizada” e "A Palestina vai ser livre", colocando uma citação em itálico que dizia "Tentaram enterrar-nos, mas sabiam que éramos sementes".

Também partilhou conteúdos que acusam Israel de “genocídio e limpeza étnica” e um artigo da revista norte-americana Jewish Currents sobre a distorção do "Holocausto para impulsionar a indústria de armas israelita.”

Noutra mensagem em que diz amar os seus "amigos judeus", escreveu sobre a morte de crianças dos dois lados e perguntou "por que é que uma organização é considerada terrorista, mas um governo está apenas a agir em legítima defesa? Por que é que as pessoas escuras são terroristas, mas os governos brancos que agem de forma semelhante não são? Estas questões são maiores do que o atual conflito".

Barrera também repetiu uma afirmação frequentemente considerada antissemita de que os judeus controlam a comunicação social, escrevendo que "os media ocidentais apenas mostram o lado [israelita]. Por que fazem isso, vou deixar-vos deduzir por vocês mesmos".

Estas e dezenas de mensagens estão disponíveis numa conta da rede social X (antigo Twitter) de fãs chamada "Sam Carpenter The Ghost Slayer".

As primeiras partilhas: