Os herdeiros de
Tolkien estão a processar o estúdio responsável pela saga cinematográfica de
«O Senhor dos Anéis», reivindicando para si mais de 150 milhões de euros (220 milhões de dólares) como compensação pelos enormes lucros da trilogia. As exigências não se ficam por aqui já que na mesa está também a possibilidade de a New Line deixar de deter os direitos dos livros, por alegadamente ter quebrado o contrato. Se o cenário se verificar, pode estar em causa a estreia no cinema de
«O Hobbit».

«Se o caso chegar a julgamento, estamos confiantes de que a New Line vai perder os direitos», assegurou Bonnie Eskenazi, a representante legal do filho do autor, Christopher, e de todo o império da família. O caso deverá ser avaliado em tribunal em Outubro e só aí se decidirá o destino do filme.

Tolkien vendeu os direitos da trilogia em 1969 por uma quantia de 250 mil libras (291 mil euros, na conversão actual) e 7,5% dos lucros futuros. Os filmes realizados por
Peter Jackson, lançados entre 2001 e 2003 já conseguiram mais de seis mil milhões de dólares entre o grande ecrã e as vendas de DVD mas a família do escritor alega que ainda não recebeu qualquer pagamento. Do outro lado, os advogados do gigante de Hollywood dizem que o contrato original é «ambíguo».

A verdade é que as batalhas para conseguir dinheiro com o sucesso de «O Senhor dos Anéis» tornaram-se rotina para o estúdio. Os cineastas Peter Jackson, responsável pelos três filmes já lançados, e Saul Zaentz, antigo detentor dos direitos cinematográficos das obras, foram alguns dos queixosos.

Apesar das quezílias, «O Hobbit» está em pré-produção na Nova Zelândia e, se tudo correr bem, deverá estrear em 2011. A fita cujo elenco tem já
confirmados os nomes de Ian McKellen, Andy Serkis e Hugo Weaving, é realizada por
Guillermo Del Toro, produzida por Peter Jackson e vai ser dividida em duas partes.