É o primeiro "prémio" da temporada que culmina nos Óscares: Morgan Freeman vai ser distinguido pela sua carreira e ativismo humanitário com a maior distinção dos Screen Ators Guild, o sindicato dos atores norte-americanos.

A lendário estrela, agora com 80 anos, vai receber o prémio na cerimónia que se realiza a 21 de janeiro de 2018.

"Alguns atores passam as suas carreiras inteiras à procura do papel perfeito. Morgan mostrou-nos que a verdadeira perfeição é o que um intérprete traz ao papel. Ele é inovador, destemido e completamente impermeável às expectativas. Como motorista, assassino condenado, frequentador de ginásios de boxe, proxeneta ou presidente, Morgan concretiza completamente cada personagem, descobrindo as suas almas e mostrando a sua humanidade. Tem sido um privilégio ver o seu génio a funcionar", explicou a presidente do SAG-AFTRA President Gabrielle Carteris ao anunciar a distinção.

Apesar da estar na oitava década de vida e ter quase 100 filmes, Morgan Freeman só se tornou um ator reconhecido por todos por volta dos 50 anos, primeiro no papel de um proxeneta em "Nova Iorque, Cidade Implacável" (1987), que lhe valeu a primeira nomeação ao Óscar de Melhor Ator Secundário, depois quando participou nos filmes "Miss Daisy" e "Tempo de Glória", ambos de 1989, sendo nomeado ao Óscar de Melhor Ator pelo primeiro.

Antes, a sua carreira dividiu-se entre o teatro, a televisão e o cinema, em papéis de relevo variável, que lhe garantiram uma reputação de ator seguro mas ainda sem o reconhecimento que os grandes papéis no cinema lhe trariam.

A partir dos anos 90, a carreira de Freeman disparou em termos de reconhecimento e de estatuto.

Em 1992 trabalhou pela primeira vez com Clint Eastwood, no oscarizado "Imperdoável", a que se seguiriam "Million Dollar Baby - Sonhos Vencidos" (2004), que lhe valeu o Óscar de Melhor Actor Secundário, e "Invictus", com nova nomeação à estatueta dourada, a quinta e a mais recente da sua carreira.

Hoje, é um ator de tal forma intocável que ninguém sequer colocou em questão a sua escolha, enquanto afro-americano, para o papel de Deus no filme "Bruce, o Todo-Poderoso" (2003). A questão da raça passa-lhe por cima, já que Freeman é um grande ator de corpo inteiro (e voz), cujos papéis raramente têm a ver diretamente com a cor da pele.

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