Jackie Chan, um dos ícones do cinema mundial, vai receber um Óscar honorário.

O anúncio foi feito pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, que irá ainda distinguir a lendária montadora Anne V. Coates, o cineasta de documentários Frederick Wiseman e a diretora de casting Lynn Stalmaster.

Votados pelo chamado Board of Governors da Academia, os prémios serão apresentados na oitava cerimónia dos Governors Awards a 12 de novembro. Recorde-se que a partir de 2009 deixaram de ser atribuídos na própria cerimónia de entrega das estatuetas douradas e passaram a ser concedidos em celebração individual realizada alguns meses antes e sem transmissão televisiva.

Em comunicado, a presidente Cheryl Boone Isaacs referiu que os prémios foram criados para artistas como os que agora são distinguidos: "verdadeiros pioneiros e lendas no seu ofício".

No caso de Jackie Chan, a Academia recorda que fez a sua estreia no cinema aos 8 e usou o seu treino junto da Ópera de Pequim para uma aclamada carreira, primeiro como duplo nos filmes de Bruce Lee "O Invencível" (1972) e "O Dragão Ataca", e depois como protagonista, mas também por vezes argumentista, realizador e produtor, em mais de 30 filmes de artes marciais de Hong Kong, cativando com as suas "proezas atléticas deslumbrantes, cenas de ação inventivas e carisma sem limites".

Entre os seus sucessos estão "O Grande Mestre dos Lutadores" (1978), "O Duelo dos Grandes Lutadores" (1980), "O Dragão Invencível Ataca" (1982), "Os Piratas dos Mares da China" (1983), "Police Story / O Incorruptível" (1985-2004) e "O Guerreiro de Deus" (1986).

Vários destes filmes originaram sequelas e transcenderam o mercado asiático, de tal forma que a partir do sucesso de "Jackie Chan nas Ruas de Nova York" (1995), o ator começou a participar com mais assiduidade em projetos internacionais, depois de tentativas prévias como "A Grande Desforra" (1980) e "O Protector" (1985) terem fracassado.

"Hora de Ponta" (1998-2007), "Shanghai Noon" (2000) e a sequela "Em Defesa de Sua Majestade" (2003), "A Volta ao Mundo em 80 Dias" (2006), "Karate Kid" (2010) e as animações "O Panda do Kung Fu" (2008-2016) são alguns dos títulos de Hollywood de uma estrela que, aos 62 anos, mantém grande popularidade e um intenso ritmo de trabalho, principalmente no cinema de Hong Kong.

Por sua vez, Anne V. Coates tornou-se lendária numa área em que poucas mulheres são conhecidas: a da montagem.

O seu trabalho em "Lawrence da Arábia", que lhe valeu um Óscar, é estudado nas escolas de cinema e esta britânica, que faz 91 anos em dezembro, tem ainda na sua carreira títulos como "Becket" (1964), "Os Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras" (1965), "Um Crime no Expresso do Oriente" (1974), "O Homem Elefante" (1980), "Na Linha de Fogo" (1993), "Romance Perigoso" (1998), "Erin Brockovich" (2000) e "As Cinquenta Sombras de Grey" (2015).

O norte-americano Frederick Wiseman, de 86 anos, fez 40 documentários numa carreira com mais 50 anos,  celebrizando-se pela forma paciente como as suas câmaras observam locais e instituições, procurando desvendar os seus mecanismos internos e criar uma narrativa. Em Portugal, foram estimáveis sucessos "A Dança - Le Ballet de l'Opera de Paris" (2009) e "Crazy Horse" (2011).

O diretor de casting Lynn Stalmaster. também norte-americano, com 88 anos, esteve envolvido na escolha de atores para mais de 200 filmes, onde estão títulos tão diferentes como "O Vento será a tua Herança" (1960), "No Calor da Noite" e "A Primeira Noite" (1967), "Um Violino no Telhado" (1971), "Fim-de-Semana Alucinante" (1972), "Super-Homem" e "O Regresso dos Heróis" (1978), "Tootsie - Quando Ele Era Ela" (1982), "Os Eleitos" (1983), "Nove Semanas e Meia" (1986) e "Fim-de-Semana com o Morto" (1989).

A Academia nota no comunicado que ajudou a lançar as carreiras de estrelas como Jon Voight, Richard Dreyfuss, Jill Clayburgh, Christopher Reeve e John Travolta.

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